Helder nem a propósito: O facto de nos excusarmos ou de nunca termos tempo para estar com quem gostamos levou-me aqui há tempos a escrever estes versos que iniciam a colaboração no teu «espaço etéreo» (em vez de blog), agora em versão moderníssima (sempre foste um homem das ondas etéreas:radio, televisão,etc). Então aqui vai:
IR A TEMPO
O tempo é infinitamente longo
E teu amigo. Não te censura,
Não te pressiona, não exige milongo,
Não se despedaça à conta da formosura
E envolve-te com um capote oblongo.
Não te sobrar tempo, é portanto
Uma das maiores mentiras inventadas
Pelo rei da criação e que cresce como o nictanto
Trepando pela alma em apoquentadas
Desilusões que só se finam no campo-santo.
Assim, ainda estás a tempo de entender
Que não és perfeito e que imperfeitamente
Te conheces, sendo preciso coestender
O oceano de interrogações asseitamente
Sem as barreiras que ousaste pretender.
Tens tempo para aprenderes a perdoar,
Não as coisas simples e corriqueiras,
Mas as que são mais difíceis de aceitar
(Por exemplo as tuas acções esterqueiras)
E as que levam mais tempo a consolidar.
Sobra tempo para saberes respeitar
O semelhante com quem partilhas
A soberba existência num espreitar
Amplificado pelas sábias cartilhas
Que os antepassados souberam aproveitar.
Ainda tens mais tempo para não desvirtuar
A harmonia da origem dos seres vivos
Que em complexos mecanismos sabem perpetuar
As espécies e ignoram rocambolescos aditivos
Para se justificarem, despindo a palavra enfatuar.
Se necessário for, despe também a arrogância
E fica nu a destruir os alicerces
Que tão mal edificaste com extravagância
E com desusados alferces,
Restando-te tempo para enfrentares a elegância.
Esperando por ti sem favor, o tempo ensina
A curar as feridas que te provocaram
E as em que foste o responsável evitando a afrasónina.
Recorda que todos se equivocaram
Uma vez na vida sem a ajuda da anisina.
O tempo não se desperdiça quando amas
Sem contrapartida os que te rodeiam
Proporcionando raros e belos anagramas
Que se soltam e desgradeiam
Libertando perfumes em apetecidas azáfamas.
Estás sempre a tempo de te espreguiçar
Ou de agires com rapidez
De acordo com a ocasião e desenguiçar
De vez a inércia que embota a limpidez
Cristalina podendo assim esvoaçar.
Utiliza o tempo que quiseres a estudar
E a compreender a amizade absoluta,
A bondade incondicional sem se escudar
Em espelhos deformados e numa resoluta
Decisão identifica a tua alma sem te preocupar.
Não perguntes nada ao tempo, pois ele não responde!
Gasta-o intensamente que ele não se esconde!
Não o queiras ultrapassar, que ele não condescende!
Lisboa, 7 de Setembro de 2006
O tempo é infinitamente longo
E teu amigo. Não te censura,
Não te pressiona, não exige milongo,
Não se despedaça à conta da formosura
E envolve-te com um capote oblongo.
Não te sobrar tempo, é portanto
Uma das maiores mentiras inventadas
Pelo rei da criação e que cresce como o nictanto
Trepando pela alma em apoquentadas
Desilusões que só se finam no campo-santo.
Assim, ainda estás a tempo de entender
Que não és perfeito e que imperfeitamente
Te conheces, sendo preciso coestender
O oceano de interrogações asseitamente
Sem as barreiras que ousaste pretender.
Tens tempo para aprenderes a perdoar,
Não as coisas simples e corriqueiras,
Mas as que são mais difíceis de aceitar
(Por exemplo as tuas acções esterqueiras)
E as que levam mais tempo a consolidar.
Sobra tempo para saberes respeitar
O semelhante com quem partilhas
A soberba existência num espreitar
Amplificado pelas sábias cartilhas
Que os antepassados souberam aproveitar.
Ainda tens mais tempo para não desvirtuar
A harmonia da origem dos seres vivos
Que em complexos mecanismos sabem perpetuar
As espécies e ignoram rocambolescos aditivos
Para se justificarem, despindo a palavra enfatuar.
Se necessário for, despe também a arrogância
E fica nu a destruir os alicerces
Que tão mal edificaste com extravagância
E com desusados alferces,
Restando-te tempo para enfrentares a elegância.
Esperando por ti sem favor, o tempo ensina
A curar as feridas que te provocaram
E as em que foste o responsável evitando a afrasónina.
Recorda que todos se equivocaram
Uma vez na vida sem a ajuda da anisina.
O tempo não se desperdiça quando amas
Sem contrapartida os que te rodeiam
Proporcionando raros e belos anagramas
Que se soltam e desgradeiam
Libertando perfumes em apetecidas azáfamas.
Estás sempre a tempo de te espreguiçar
Ou de agires com rapidez
De acordo com a ocasião e desenguiçar
De vez a inércia que embota a limpidez
Cristalina podendo assim esvoaçar.
Utiliza o tempo que quiseres a estudar
E a compreender a amizade absoluta,
A bondade incondicional sem se escudar
Em espelhos deformados e numa resoluta
Decisão identifica a tua alma sem te preocupar.
Não perguntes nada ao tempo, pois ele não responde!
Gasta-o intensamente que ele não se esconde!
Não o queiras ultrapassar, que ele não condescende!
Lisboa, 7 de Setembro de 2006
kambuta
1 comentário:
Caro amigo,
se alguém sabe da vida e do tempo, tu és um deles, que lidas diariamente com esses dois factores nos hospitais por onde derramas a tua bondade e o teu profissionalismo a tratar quem precisa dos teus cuidados.
Se, o mundo está mau e feio, ainda há pessoas que, felizmente, o tornam menos cruel e nos deixam uma esperança, como tu.
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