segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Pobres do Governo



Aviso desde já que o título está, obviamente, manipulado. Não é que não haja um monte de motivos para glosar os "pobres do governo". Podemos ser nós, cidadãos tesos que nem um carapau, esmagados ao peso dos impostos e do oportunismo comercial de muitos. Podem ser os desempregados, os despedidos, os licenciados nas universidades sem cunhas para os tachos, os desamparados da sociedade, os chamados desqualificados. Pobres do governo serão os que estão lá e nos mimam diariamente com as maiores baboseiras, os deputados incompetentes e oportunistas que estão lá para "sacarem o deles" e ao fim dos oitos anos, acumularem uma bela reforma com novos tachos em bancos e empresas. Pobres do Governo, enfim, serão as vítimas das penhoras selvagens do fisco, dos pequenos comércios familiares de sobrevivência mandados para a falência pela tenebrosa ASAE, a grande defensora dos bons costumes dos burocratas de Bruxelas.
Num país onde impera o arranjismo, o compadrio, o tachismo, pobres do governo não são, de certeza, os grandes bailadores da dança das cadeiras do poder económico, onde, em vez de menos uma que o número de participantes, há sempre uma mais para encaixar um leal servidor.

Desembrulhando coisas da vida (o fim de ano é bom para seleccionar o que transita o que vai para o lixo no ano novo) encontrei uns postais giríssimos feitos de cartazes de provas automobilísticas em Portugal. Foi aí, no alusivo ao "1º circuito internacional de Lisboa" que reparei no pormenor de a prova ser destinada "para os pobres do Governo Civil de Lisboa". E eu que do Governo Civil de Lisboa tinha a recordação de ser o lugar para onde mandavam presos os delinquentes Mas este cartaz, muito provavelmente do ano de 1953, não engana. Os fundos obtidos pelo ACP seriam para os pobres do governo civil.

No ano seguinte, a mesma filosofia para o "2º circuito internacional de Lisboa" mas a menção dos destinatários parece-me menos visível, menos importante.



Cinco anos depois, em 1959, o cartaz a anunciar a corrida de fórmula 1 do Campeonato do Mundo de Condutores, com o pormenor do Cristo Rei em fundo, ao longe, a menção da ajuda aos pobres surge em tipo pequeno e menos visível ainda.




Como que a dita ajuda do governo (civil de Lisboa) aos pobres fosse dominuindo à medida que os anos passavam.




Como, então, nos admirarmos com o que se passa hoje?




Finalmente, deixo-vos uma pérola, o cartaz alusivo ao "VII Circuito de Vila Real", que, suponho, é de 1938.




Dou-vos um bombom e uma senha de refeição se me disserem o que encontraram de curioso no cartaz.








BOM ANO, muita saúde, muita paz

Obrigado a todos os que enriqueceram este espaço com as suas intervenções e comentários. Obrigado mesmo do coração.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Sem retoques


Pôr do Sol na praia da Areia Branca

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Pudim de Natal




Uma receita de Leonardo da Vinci, para a vossa Consoada:

Remover a pele e as espinhas de sete peixes brancos grandes, reduzir a carne a uma pasta que se mistura com o miolo de sete pães não muito tostados e uma trufa branca ralada, Ligar tudo com claras de ovos de galinha e cozer a vapor, num saco de estopa, durante um dia e uma noite. Na hora de comer, tomar cuidado para não haver surpresas com uma qualquer Santa Relíquia que tenha sido escondida no seu interior.

Bom proveito.
...........

A diversidade do saber de Leonardo da Vinci é hoje bem conhecido mas a sua curiosidade sobre a culinária é-o menos. Leonardo, que apontava tudo o que pensava e desejava fazer, deixou pouca documentação sobre os seus conhecimentos de gastronomia.
Neste capítulo da sua actividade, Leonardo terá ganho algum estatuto quando foi trabalhar para o senhor de Milão, Ludovico Sforza.
Corria o ano de 1473, Leonardo torna-se chefe das cozinhas da Taberna dos Três Caracóis, em Florença, perto da Ponte Vecchio. Farto de ver a polenta (papa de milho) omnipresente em pratos de carne, ciente do seu papel no movimento renascentista, Da Vinci desenvolveu uma ementa de pratos requintados naquilo a que hoje se chamaria nouvelle cuisine. Foi um fiasco. Os clientes preferiam as grandes e brutas pratadas. Leonardo achou que já não tinha lugar ali, voltou à pintura e ao Baptismo de Cristo.
A notícia do incêndio que destruiu a Taberna dos Três Caracóis reacendeu em Leonardo a ideia de voltar a cozinhar. De sociedade com o seu amigo Botticelli, abre, no lugar da Taberna ardida, uma nova com o opulento nome A Marca das Três Rãs de Sandro e Leonardo. Foi um fiasco.
Florença asfixiava o Mestre, Milão era o seu destino seguinte onde esperava impor de novo as suas teorias culinárias depois de ter fracassado em casa de Lorenzo de Medici, senhor de Florença.
Ludovico Sforza, senhor de Milão, seria o seu próximo patrão a quem entregou uma carta de recomendação escrita pelo seu próprio punho: “A minha excelência a construir pontes, fortificações e catapultas não admite comparação, e o mesmo se pode dizer de muitos outros aparelhos secretos, que não ouso descrever nesta carta. A maminha pintura e minha escultura são superiores às de qualquer outro artista. Sou superlativo a contar anedotas e a meter-me em sarilhos. E Faço bolos verdadeiramente inigualáveis.”
Com esta “modéstia” Leonardo acabou por receber de Sforza os títulos de Conselheiro para as Fortificações e Mestre de Festas e Banquetes. Foi então que iniciou os seus apontamentos hoje conhecidos como Codex Romanoff.

Algumas recomendações gastronómicas de Da Vinci:

“Testículos de Carneiro com mel e natas”
“Cristas de galo panadas.”
(convém que o galo tenha mais de 12 anos e a sua cabeça diste do chão uns 60 cm, ou mais, recomenda Leonardo.)
“Galeirão Cozido”
“Manjar de Joelhos Mistos
(são precisos um carneiro, um porco, uma vaca, três limões, uma pitada de pimenta e uma colherada de azeite. Os joelhos ficam a marinar durante um dia e depois são assados.
Bom proveito.
Elementos retirados do livro Apontamentos de Cozinha de Leonardo da Vinci, de Shelag e Jonathan Routh, editora Atena.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Feliz Natal? Talvez sim, talvez não.







Há crianças que ainda acreditam no Pai Natal, no Menino Jesus no presépio e participam entusiastas na montagem da árvore de Natal, profusamente ornamentada com tralha comprada no chinês mais próximo. E não deixam de mandar cartinhas a meter cunhas ao Pai Natal para receberem Play Stations, telemóveis e Nintendos e Barbies e outros artigos de gande consumo anunciados até à exaustão nas televisões e nos canais ditos infantis. É escandalosa a lavagem ao cérebro feita às crianças nos canais ditos infantis. Para as crianças de hoje o Natal não passa de uma fase excepcional para elas esvaziarem o 13º mês dos pais, avós e outros familiares. Estou em crer que a tradição de deixar o sapatinho para as prendas caiu em total desuso. Suspeito que algumas, em vez de deixarem o sapatinho à beira da soleira da porta ou da chaminé, colocam diplomaticamente uma toalha sobre a mesa com a desculpa de que o Pai Natal é capaz de chegar cansado e querer comer qualquer coisa. É para fingir que acreditam e jogarem o jogo da publicidade. A mesa tem mais área útil do que o sapato.
Sabem bem que o Pai Natal, o das boas prendas, já não viaja num trenó puxado por renas. Chega de Audi ou Mercedes travestido de executivo. Aliás, dificilmente vejo as renas do Pai Natal aguentarem o calor de África (caso ele passasse por lá) donde deduzo que o velho senhor não vai lá. A menos que tenha alguns adjuntos locais que atrelam umas pacaças à carroça, caso tenham conseguido domesticar algumas para tal tarefa. Mas nem os garotos de África acreditam. Talvez os que foram catequizados pela igreja, mas não a maioria do interior cujas tradições são completmente outras.

Sinceramente não vejo grande coisa de interessante no Natal daqui da Europa. Faz um frio de rachar, é capaz de chover até, neve só na Serra da Estrela e custa um balúrdio, toda a gente tem um Pai Natal a trepar pelas paredes das casas, as operadoras dos telemóveis oferecem todas montes de msn's e a bemdita GNR anuncia mais uma grande operação ... de Natal. E toda a gente anda excitadissima "a fazer compras". Não tem graças nenhuma.
O Natal tornou-se um dos maiores negócios do ano e só tem a ver com a tradição porque utiliza os tais Pais Natais trepadores de paredes e vende pinheiros nos super-mercados.
Isto está a ficar tudo muito normalizado, estandardizado, comercializado, negociado. Viram bem o frenesi das pessoas na Baixa a fazerem compras? Algumas não compram nada, só fingem, mas ficam bem nas estatísticas.
Em África era mais sossegado o Natal. Convinha. O calor impedia grandes correrias.
Mas era tranquilo e ... não havia lojas de chineses. Os pais faziam o velho bacalhau para a tradicional consoada, os miúdos acreditavam nos livros de histórias, punham o sapatinho para o Pai Natal deixar lá as prendas e, no dia 25 de manhã, first thing in the morning, iam a correr ao sapatinho para ver o que lá tinha caído. Normalmente, era pouca coisa, mas de um valor afectivo muito grande. Ah!, ainda havia a Missa do Galo, não sei se por cá se pratica, talvez, não sei. Acho que era assim que se chamava eu não dava muita importância a esse lado aliás não dava nenhuma, até porque já estava a dormir. Não havia televisão. Pessoalmente, eu gostava muito de ir na manhã do dia 25 ao jornal Diário de Luanda,que oferecia presentes às crianças. A todas as crianças.
Curiosamente o Natal em África sabia mais a Natal do que aqui na Europa. O dos brancos. Apesar do calor. O que fazia um pouco de confusão às crianças (todas) era a parte em que o Pai Natal aparecia vindo lá do Polo Norte com neve a pigar pelas renas abaixo. Não batia certo. Mesmo assim, acho que era mais saboreado no seu verdadeiro espírito ... natalício. Não irei ao ponto de dizer que por cá se perdeu o espírito natalício, muito boa gente ainda não o deixou escapar, especialmente os mais idosos.
Irrita-me um pouco é os espectáculos de Natal dos hospitais e não sei de quem mais que as televisões e as rádios nos impingem em boas doses de lamechice. São os maiores desfiles de lugares comuns que já ouvi em toda a minha vida. E, olhem que já é longa.
O exagêro do mercantilismo nesta quadra, para além de doentio e obnóxio retirou toda a beleza à história que, afinal, marca o nosso calendário e a época DC.
Confesso sem vergonha uma coisa: o Natal, para mim, o que tem de melhor mesmo é a reunião da família e os comes e bebes que se comem e se bebem na bemdita noite de Consoada. Acho que ninguém faz qualquer alusão ao significado dessa noite, suspeito até que poucos saberão do assunto, ou eu nunca dei por isso por causa da letargia que habitualmente me assalta lá para a uma da manhã, depois da bacalhauzada e do tintol.

Já agora, porque é que insistem em mostrar para onde é o Polo Norte? Acham que estou para lá ir apanhar frio à procura do velhote das barbas? Nem pensar!!













Paz en la tierra a los hombres de buena voluntad

Llegan las fiestas y ,con ellas ,esperanzas renovadas y el íntimo anhelo de que se hagan,alguna vez,realidad.
Es lo que deseo para los integrantes de este blog:Helder,Cha de Lucia Lima,kambuta,Pitigrilli,Carreira -con quienes he intercambiado ,a veces, saludos y comentarios- y a los demás.
Un abrazo desde el alma portando Paz,Armonía,Amor,Salud y Dignidad.
marita faini Adonnino

domingo, 16 de dezembro de 2007

Aniversário


Quase sem dar por isso, passou um ano, este espaço festeja o primeiro aniversário de existência no próximo dia 28 e eu navego em sentimentos de gratidão pela riqueza das intervenções que aqui têm sido feitas por tantos amigos conhecidos e desconhecidos. Ainda não interiorizei bem este fenómeno dos blogues, não sei bem se isto representa pertencer a uma comunidade ou, se simplesmente é a oportunidade de escrever o diário que nunca escrevi e deixar outros intervir nas minhas páginas. Comunidade deve ser, todos temos de comum a partilha de um espaço livre onde não há constrições e onde as regras são poucas e simples - basta agir com bom senso e respeito pelo próximo.
Ao fim de um ano, como se nota, acho-me ainda um caloiro, um aprendiz quando esvoaço o meu tempo sobre alguns blogues tanto portugueses como não, cuja qualidade, cuja afectividade, cuja ousadia me fazem cair a boca de admiração, de verdadeiro prazer intelectual.
Em boa hora tomei a decisão de vir para aqui engrossar a coluna. Como já disse em post recuado, estou-me nas tintas para a audiência, se sou lido por muitos ou poucos, não pretendo vender nada nem impor nada. Gosto sim, por que acho graça, de saber que fui visto em lugares distantes mas gosto mais de saber que tenho fieis amigos diários a honrarem-me com as suas visitas e com as suas intervenções.
No espaço de um ano acontecem milhares de situações umas boas outras menos às pessoas. Quanto a mim, a mais marcante foi a síncope que me levou de urgência para o hospital onde fui premiado com mais de 4 horas de peito aberto para me mexerem no mais profundo de cada um de nós, o coração e me brindarem com três bypasses. E, o que é fantástico mesmo é verificar que passados nove meses, até as cicatrizes desapareceram quase todas e a vida continua.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Natal


nem sempre é quando o Homem quer

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Bloqueado


Tão estúpido como deixar bloquear o carro é ter de pagar 60 euros para o desbloquear e ir à vidinha. É que não há desculpas nem mesmo aquela esfarrapada do é só dar um saltinho ali àquela porta volto já, os tipos nem sonham que estou aqui. Mas, "eles andem aí" a gente é que ainda pensa que não e facilita-se e bate-se com a cabeça na parede, de raiva de ter sido apanhado. Às vezes até nem é por chiquespertismo é mais por espírito baldas, comodismo, sei lá, isto de ser português mesmo que oriundo do outro lado do Equador parece obrigar-nos a transportar o estigma da asneira, ou será o do laisser faire, laisser passer? Que se lixe, importante mesmo é a gente não se deixar bloquear.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

estupidez sem limites


milhas ou quilómetros por hora ??

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Kadafi ... da tendinite




É mesmo assim, o da tendinite, sem aspas, o homem que só dorme em tendas, que tem a mania das tendas. Foi bem feito o que o governo portuga lhe fez - deu-lhe uma tenda daquelas dos casamentos dos ricos, branca de doer os olhos no meio do verde da relva fresquinha. Dizem que é ali que o homem e mais seus guardiões vão dormir, incluindo aquela guarda pretoriana feminina de fatos camuflados e rabos gordos. Dizem que o homem da tenda trouxe na sua bagagem, não um saco-cama, não uma lanterna da camping gás, não um colchão insuflável mas sim comida e animais. Admito que os animais serão também para cozinhar ou será que são comidos crus? Mas, que animais? Galinhas do campo? Lagartixas para fazer al aguilho? Quem souber que me diga quais são os animais que a revolução verde produz na Líbia.
Falam-me de excepcionais medidas de segurança para proteger o senhor da tenda. Para quê? Mas quem é que quer matar aquele traste a cair da tripeça, agora que se tornou bonzinho e já não paga bombas para outros Lokerby. Tão bonzinho, imaginem que, dizem-me, o senhor das tendas vai dar uma palestra numa Universidade de Lisboa. Sobre quê? Direitos humanos? Huummm, acho que não. Isso fica para o compagnon Mugabe. Mas o que é que um eterno chefe da Libia pode ir ensinar numa Universidade portuguesa?
Realmente, amigos, para que o ridiculo fique bem arrumado, só falta convidarem o Mugabe para dar uma palestra. Por mim propunha o tema seguinte: como tornar um país rico num país pobre em menos de uma década. Em troca, propunha que um dos nossos sabichões fosse lá ao Zimbabué dissertar sobre como tornar ainda mais pobre, um país pobre. Acho que o Mugabe ficaria feliz com as dicas lusas.
Mas...o homem das tendas, onde é que eu ia? Ah, já me lembro, segurança, tripé. Acham que a Al Qaeda estaria interessada em deitar o fogo à tenda? Eu, por mim, não gostaria nada porque, a seguir, a Caras, a Lux e as outras deixariam de ter onde albergar as Caneças da nossa praça.
helder
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Com a devida vénia:
Revista "MUNDO e MISSÃO"
Atualidades no Mundo - África por Rodolfo Casadei

O coronel Muammar Kadafi, ditador da Líbia, de quem pouco se fala nesses últimos tempos, tem um sonho de imperialismo muçulmano sobre a África e, para isso, financia, com os dólares do petróleo, obras nos países islâmicos da África e do mundo inteiro
que tem em comum a doação de 2.500 sacos de arroz aos muçulmanos pobres da Libéria, a construção de uma mesquita de 15 mil lugares em Serrekunda, em Gâmbia, a compra de uma indústria de sucos em Kampala e outra de biscoitos em Nairobi, a colocação da pedra fundamental de um centro islâmico que comporta uma escola básica e um ambulatório na região de Masindi, em Uganda? Obras tão diferentes entre si, mas todas patrocinadas pela World Islamic Call Society (Wics), o "braço" religioso do sonho hegemônico sobre a África de Muammar Kadafi, o ditador da Líbia.
Criada em 1972, no primeiro Congresso Geral do Apelo Islâmico, patrocinado por Kadafi, a Wics tem por objetivo a da'wa, ou seja, o anúncio islâmico ao mundo, unindo atividades religiosas e ações humanitárias, econômicas e educativas para alcançar essa finalidade.
Que o visionário coronel ambicione tornar-se o presidente de uma espécie de "Estados Unidos Africanos" não é mistério para ninguém. De fato, Kadafi não perde nenhuma oportunidade para evocar a artificialidade das fronteiras entre os países africanos e sua origem colonialista, convidando abertamente ao seu desrespeito e, desde o Vértice da Organização para a Unidade da África (OUA) em Sirte, Líbia, em 1999, persegue formalmente um sonho de unificação política do continente. Nos trinta anos de sua existência, a Wics já distribuiu milhões de cópias do Alcorão, financiou a construção de dezenas de mesquitas e centros islâmicos (entre as quais as recentes e gigantescas de Maiduguri e Kano na Nigéria, e a construção da mesquita nacional de Kampala).
Formou 2.500 estudantes de sessenta nacionalidades diferentes, na sua faculdade da da'wa islâmica, com sede em Trípoli, Damasco, Beirute e N'Djamena. Forneceu 1.500 professores de língua árabe e estudos islâmicos a mesquitas, escolas corânicas e outros centros, em países como Mali, Níger, Burkina Fasso, Chade, Senegal e outros. Financiou cursos para professores de árabe e catequese corânica, em tantos outros lugares. A Organização se ocupa de atividades sociais, como organizar comboios de ajuda com remédios, roupas, alimentos a populações vítimas de catástrofes naturais ou guerras, em cerca de trinta países africanos e fora do continente.
Construiu também hospitais e ambulatórios no Benin, Uganda, Bangladesh e Filipinas, e mantém, com muitas bolsas de estudos, estudantes nas faculdades de medicina, engenharia e economia, nas universidades líbias, estritamente reservadas para jovens muçulmanos africanos e asiáticos. Desde 1995, a faculdade da da'wa islâmica financia também cursos profissionalizantes para seus estudantes. Colabora, notavelmente, com a Unesco, em dezenas de seminários, simpósios científicos e está financiando e supervisionando a grande Enciclopédia Islâmica da Unesco, além de um caríssimo estudo sobre as reservas hídricas na faixa subsaariana.
As verdadeiras intenções do coronel Muammar Kadafi
Todas essas numerosas iniciativas humanitárias, científicas e de promoção humana não devem, porém, enganar. A verdadeira intenção da Wics é a islamização e arabização dos países africanos. A quinta Conferência geral da Wics confirmou que a da'wa persegue as finalidades de "difundir o árabe, língua do glorioso Alcorão, pedindo a todos os Estados islâmicos que o adotem como língua oficial em todos os níveis formativos; fazer pressão sobre os Estados islâmicos para que adotem o sagrado Alcorão como fonte do direito e modifiquem as leis existentes, até que estejam de acordo com os princípios do islã". Na Líbia, já vigora a sharia, mas não são aplicadas as penas corporais como em outros países islâmicos, mais fundamentalistas.
O proselitismo agressivo da Wics é facilmente descoberto em todas essas atividades. A Associação é financiada por doações privadas e por um fundo para a Jihad, um imposto introduzido por Kadafi, logo após a tomada do poder na Líbia, e que, inicialmente, financiava exclusivamente a luta dos palestinos contra Israel. A maior parte dessas ajudas e a totalidade das bolsas de estudo são concedidas somente aos muçulmanos, sobretudo aos que acabaram de se converter. Cursos de formação profissional foram reservados para os neoconvertidos na Tailândia, Chade, Sudão meridional (Kadafi financia a guerra de Cartum contra os povos animistas e cristãos do sul do Sudão), Mali, Gana, Nigéria, Uganda, Benin e Gâmbia.
A WICS organizou também encontros e diálogos com o Pontifício Conselho para o diálogo inter-religioso e outras entidades cristãs, mas, desde sempre, considera o cristianismo como um produto do colonialismo e, portanto, estranho à realidade africana. Na famosa oração pública de primeiro de maio de 1998, em N'Djamena, diante de nove chefes de Estados africanos e mais de 100 mil pessoas, entre as quais 2.307 homens e mulheres convertidos ao islã pela WICS, o líder líbio descreveu o calendário gregoriano como fundado sobre a idolatria e mandou aos cristãos a seguinte mensagem: "A aceitação do islã é um progresso porque significa abraçar o sigilo de todas as revelações divinas. Quando, portanto, um cristão abraça o islã, ele não muda de religião, mas dá um passo adiante em lugar de dar um atrás". E a WICS propõe como modelo da da'wa as grandes expedições africanas do líder: "As viagens do irmão Muammar Kadafi, durante as quais se realizaram orações com milhões de participantes muçulmanos, representam as grandes atividades da da'wa. Tais viagens e orações ofereceram uma oportunidade para a volta de milhões de pessoas ao islã".


Grande Jamahiriya Árabe Popular da Líbia

Capital: Trípoli
Superfície: 1.775.500 km2
População: 5,6 milhões (2002): árabes líbios: 97%; berberes africanos e turcos: 3%
Governo: ditadura militar, desde 1969, com o coronel Kadafi
O país é rico em petróleo e gás natural
Língua: árabe
Religião: islâmica: 97%; outras 3%
Mortalidade infantil: 28% (1995 - 2000)
Analfabetismo: 20,2% (2000)

Muammar Kadafi tomou o poder com um golpe de estado em 1969, exilando o rei Idris I . Com a descoberta de grandes reservas de petróleo, o país tornou-se importante no cenário internacional.
A tradição islâmica, a personalidade do ditador e o nacionalismo extremado formaram a nova ideologia do Estado líbio. Após a expulsão dos estrangeiros e desapropriação de seus bens, a Líbia de Kadafi patrocinou atos terroristas em várias partes do mundo, tanto que, nos anos oitenta, foi submetida a sanções internacionais. Atualmente, a situação está se normalizando. Em 1998, Kadafi sobreviveu a um atentado planejado pelo grupo extremista líbio do Movimento dos Mártires Islâmicos.

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sábado, 1 de dezembro de 2007

Embarcamos?


Não sei se é por ser fim de semana, se por ver toda a gente numa mafona de compras, se pelas filas de carros nas estradas, está a dar-me uma vontade quase doentia de viajar. Sem destino marcado de preferência.

Não me importo se a tal vontade for confundida com desejo de evasão.

Até faço questão disso. Importante mesmo é ir.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Leiam e ... indignem-se



*A Justiça criminosa*
por Clara Ferreira Alves

In Pluma Caprichosa *Segunda-feira, 22 de Out de 2007



Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso.

Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?

E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente"importante" estava envolvida, o que aconteceu?

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.

Apesar de as coisas se passarem demasiado depressa nos dias de hoje e, eventualmente, já ter havido desenvolvimentos de alguns dos assuntos aqui tratados, o tema é mais do que actual e mostra bem o povo que somos na sua pequenez actual. Já não se trata somente de reinvindicarmos o direito à indignação, senão manifestarmos esse direito com todaa veemência.

Helder de Sousa

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

El cielo y el infierno

Desde el 11 de noviembre la Iglesia Católica cuenta con un nuevo beato:Ceferino Namuncurá ,el joven indio de la patagonia argentina.
Ceferino pertenecía a la raza mapuche,palabra que significa" hijos o gente de la tierra".Los mapuches conforman un pueblo altamente religioso,creyentes en un dios creador y poderoso:Nguenechán, a quien le piden protección para sus familias y sus ganados.
Ceferino nace en el año 1888 ,en las tolderías de Chumpay,en la provincia patagónica de Río Negro,hijo del cacique Namuncurá de setenta y cinco años ,teniendo su madre veintinueve.
Evangelizado al cristianismo por los misioneros salesianos ,crece en las tolderías siendo testigo de la paupérrima situación en que se encuentra la gente de su raza. Se dice que esta vivencia lo hacía llorar constantemente y despierta en él su deseo de estudiar para,de esta manera, poder ayudar a su pueblo. Se lo comunica a su padre ,añadiendo -"porque quiero ser útil a mi gente".
Después de un breve paso por un colegio salesiano en Buenos Aires, es llevado, por esta misma congregación, a estudiar a Roma.
Se distinguió por su inteligencia, su mansedumbre,por su bondad y el deseo constante y ferviente de ser útil a su gente.
Allí enfermó y muere solo en un hospital romano en el año 1905. Había predicho la fecha de su muerte seis días antes.
Ciento dos años después es beatificado,pero hace años que los creyentes le rezan a este dulce indiecito, sobre todo los estudiantes para recibir ayuda en los exámenes. Abundan testimonios de enfermos graves que, según ellos, han recobrado la salud por la intersección del futuro santo mapuche.
El 11 de noviembre la alejada y pobre población de Chimpay ,se vistió de fiesta.Allí se llevó a cabo la beatificación.Delegaciones indias hicieron sus ofrendas y sus ritos ante el altar de los blancos.
¿Será una señal que sea llevado al altar el joven indígena?
Se dice que hay un mundo inteligible y espiritual y un mundo material,sensible.
Ceferino bien se ha ganado vivir en ese mundo ideal ,espiritual ,pero su pueblo continúa en este valle de lágrimas ,que es el mundo material.
Los pueblos indígenas de la Argentina necesitan algo más que ver a uno de los suyos en los altares.Necesitan que se les devuelvan las tierras, que no se los ignore,que se les de trabajo,posibilidades de una vida más digna,,que no se los deje morir en la indigencia.
Han pasado cien años de su muerte y ningún gobierno,ni de derecha,ni de izquierda,ni civiles ni militares han reivindicado y hecho justicia con la población india y ésto nos llena de vergüenza
ante el mundo.
Marita Faini Adonnino-Argentina

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Merci Maurice


Obrigado Maurice Bejart por tudo o que nos ensinaste no Ballet du XX ème siècle.




Obrigado pela beleza dos teus trabalhos, por estares à frente do tempo, por defenderes a liberdade. Obrigado pela deferência para com um jovem curioso e ávido de conhecimento. Obrigado por me teres dado a conhecer Duska Sifnios e me teres incluído no Bolero, em 1961, Théatre de La Monnaie, Bruxelas. Obrigado pela maravilha em Les 4 fils Aymon, no Coliseu de Bruxelas, obrigado pelo encanto na Carmen, feita pela Grace Bumbry. Obrigado por me teres acolhido em tua casa, junto com o Patrick Belda a quem ensinei a falar português para poder receber condignamente a sua namorada brasileira Laura Proença.

Obrigado por me teres deixado dar-te um abraço, anos oitenta, na tua casa da Grande Place, Bruxelas e te lembrares, ainda do "portugais".


Bolero (Ravel), aqui interpretado por Marie-Agnès Gillot. A versão original foi feita por Bejart para a bailarina jugoslava Duska Sifnios em 1961, no âmbito do Ballet du XX ème siècle, sediado no Théatre de La Monnaie em Bruxelas.


No youtube chamando "bolero" surgem várias contribuições, com destaque para interpretações mais recentes do grande Jorge Donn, argentino de nascimento.


sábado, 17 de novembro de 2007

P - parking


e ainda se queixam da falta de estacionamentos ?????

Bom fim de semana.

olhando dentro do blogue


Com o tempo fui-me apercebendo de que esta coisa de blogosfera tem truques e manigâncias para alguns blogues terem muita audiência. Sim, porque, afinal, não são só as televisões que necessitam de audiência para facturarem mais publicidade. Os blogues, para serem populares e ficarem bem colocados nos rankings, afinal, também funcionam na base do mercado.

Quando me iniciei neste grande espaço não fazia a mais pequena ideia da sua mecânica. Preocupo-me zero com ter ou não comentários aos posts, ralo-me pouco com ter 1 ou 100 visitas por dia embora não rejeite, uma vez de vez em quando, lançar um olhar indiferente para os números que alguns medidores me mostram.

Feitas estas reflexões afirmo calmamente que não me vou por em bicos de pés para divulgar este blogue em qualquer media. Agradeço a quem nos visita e nos lê, nem que seja "en passant" mas não posso contudo deixar de manifestar a minha profunda gratidão pelos contributos aqui colocados pelos meus amigos, que muito valorizam o "mais, sempre mais" assim como manifestar a minha admiração pelos autores dos blogues inseridos aqui ao lado na Sala de Visitas.

Com todos me tenho enriquecido espiritual e culturalmente, além de, na sua companhia, me sentir membro de uma comunidade muito interessante.

Obrigado Merci Thank you Gracias Grazie Danke

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

De vez em quando, Cecília Meireles

Cântico XIII

Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.



.....................................................................................
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. (...)
Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade". (...)
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano".
Meireles (1901-1964)

Cântico I
Cantico II
Cântico VI
Cântico XIII
Canção mínima
O Mosquito Escreve
amento do Oficial por seu Cavalo Morto














quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A leveza do tempo

E pronto, faltam dois meses para mudarmos de ano.
Apetece-me meter-me numa cápsula, viajar até à estação orbital que anda lá em cima para poder admirar o planeta azul e ver que não há fronteiras... visiveis.
Então, para que raio andam por aí uns quantos aos tiros?. Para além de lhes custar um balúrdio, ainda correm o risco de apanhar com um no lombo, quinam e depois, tudo o que deles sobe será a alma.
Por mim ficava lá em cima até enjoar as rações. Sempre ganhava tempo e esperança.
Depois, não gosto nada de Novembro, 11º mês, com o seu dia 1, o seu dia 11. Por mim, tirava-o do calendário. Sempre me encurtava a chegada ao outro ano.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

LA TANGUIDAD

La tanguidad es un estilo de vida.De la vida argentina.El tango no es una música expresión masiva de un pueblo,sino la expresión de un individuo,de cada uno de los argentinos. Porque el argentino no es un ciudadano, es un individuo.
Y paso a transcribir las palabras del sociólogo Julio Mafud,-hoy desaparecido-"hay un tipo de argentino del interior expresado por el folklore y hay un tipo argentino rioplatense, de las grandes ciudades:Buenos Aires,Rosario"-(entre otras).expresado por el tango
"Es el tipo cultor de la amistad y del amor materno, con una gran carga de viveza en la conciencia social, alunfardado en el hablar, con un cierto aire acompadrado". "la tanguidad es una interpretación de la existencia, basada en subjetividades, intuiciones y apreciaciones espontáneas sobre la realidad y el universo"(J.M.)
Diría que el tango es existencialista.No disfraza la realidad.Un existencialismo,sui generis, cargado de subjetividades,. La subjetividad de cada uno.
El tango va hacia el fondo mismo de cada uno, no se exterioriza hacia afuera en cantos,ruidos,ritmos,como otras músicas de otros pueblos."Es un acto confesional"(J.M.)
Es un rumear dentro de cada argentino,pero con un lenguaje universalmente argentino.Nos entendemos como en código. -¿Cómo estás?- y el otro contesta "Sin yerba de ayer secándose al sol" o -"tengo pena de bandoneón" o "late un corazón" Y son tantas las expresiones ,pero no son necesarias las explicaciones, ya sabemos los que nos quieren decir.
¿A qué viene esto de parafrasear sobre el tango y la tanguidad?,porque anoche ví, en la calle, a dos parejas bailando tango y recordé un poema que escribí, no hace mucho ,ilustrando
una pareja de bailarines de tango , y escribí lo siguiente:

...................
Paso feroz....?Quién sabe.
Se visten de plenitud,
distantes y enlazados.
¿Qué importan sus nombres?
Un goce severo los abandona
al dolor de sus propios sueños.
Las bocas selladas de silencio
se acercan, se enamoran,
se alejan, se odian.
¿En qué ribera están
cuando el bandoneón los bendice,
los crucifica,
los acuna?

Marita Faini Adonnino-Argentina
(alunfardado: que utiliza el lunfardo.Lunfardo, es una jerga popular,con mucho de lúdico,festivo,hablada en los arrabales,con palabras-muchas de ellas- deformadas tomadas de los inmigrantes.Nace en Buenos Aires, en época de inmigración.Hoy se utiliza en todo el país.

domingo, 21 de outubro de 2007

las alas del recuerdo...



Los Pumas,equipo argentino de rugby, ha ganado la medalla de bronce ,"pero son de oro"titula un diario extranjero.
Hace tantos años que no presencio un partido de rugby. Cuando los vi jugar en la pantalla, cerré los ojos y, las alas del recuerdo me transportaron muchas décadas atrás a un campo de juegos lleno de sol, cielo sin nubes, repirando aire de adolescencia y cursando la escuela secundaria.
El colegio Nacional inauguraba un cuadro deportivo: el rugby.Era la primera vez que en mi pequeña ciudad se jugaría al rugby.
La expectativa, los planes, el entusiasmo inundó a nuestro mundo estudiantil.Además, buscar un nombre para el equipo, elegir los colores,el distintivo...
Yo no era alumna del Colegio Nacional,asistía a un colegio religioso,pero los estudiantes de ambos centros educativos eramos amigos.
Llegó el día que se inauguraría el equipo de Rugby del Colegio.La cancha lucía con lujo de sol y de juventud.Formaron los jugadores,el himno nacional, la canción del estudiante,las palabras del rector,la palabra de uno de los rugbiers.
Antes de comenzar el juego, se entregaría a cada jugador un echarpe ,tejido por las chicas, con los colores del cuadro-lo recuerdo-rojo, blanco y azul. La bufanda sería colocada en el cuello del rugbier por su noviecita. Me sonrío al recordar, mi amigo Ricardo no tenía novia. Eramos tan amigos que me dijo -¿y yo que hago?¿quién me la entrega? Entregamela vos.
Con música de fondo fuimos colocando las bufandas en los cuellos adolescentes.
Pero lo más esperado de los partidos de rugby ,era el tercer tiempo.¡Ah, ese tercer tiempo!!!.Lo esperábamos ansiosas, nosotras, las chicas.
Terminado el partido, luego que los jugadores se bañaran y cambiaran de ropa, nos reuníamos en una casa a tomar chocolate con tortas y ¡ a bailar! y si hacía calor, refrescos con tortas -que preparábamos las chicas.
Generalmente el rector del colegio ofrecía su casa, o en casa de alguno de nosotros.
Era breve, dos horas o un poco más.El equipo visitante debía volver a su ciudad, pero lo suficiente para que algunos cambiaran direcciones o algún corazoncito quedara soñando hasta el próximo tercer tiempo, o no.
Todo fue tan limpio, tan bueno, tan bello.
Mientras evocaba, sonreía. Cuando abrí los ojos ,los Pumas habían terminado el primer tiempo.
Ha concluído hace tanto esta historia. Nuevas historias se estaran trazando en el campo de Los Charrúas.
marita faini Adonnino-Argentina.
(puma = león americano,sin melena)
(charrúa=tribu indígena que pobló la zona del Río de la Plata,hoy extinguida)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Salvados


salvados é a solução

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Adeus Companheiro

Tive o privilégio de trabalhar contigo, de rir contigo, de gozar contigo, de apreciar a boa mesa contigo e falarmos de tudo e de nada sabendo que o relógio estava em contagem regressiva. Nunca te ouvi um queixume sobre o teu estado de saúde mas ouvi-te alguns sobre ingratidões e injustiças em que a nossa RTP é pródiga.
E, agora? A nossa tertúlia dos Virgens da RTP ?

na foto Raúl Durão num jantar de antigos da RTP

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

40 anos/años/years/années

Passam 40 anos sobre a morte de Ernesto (Che) Guevara. Tinha 39 anos de idade, andava pelas montanhas da Bolívia a fazer a (sua) revolução. Foi apanhado nas malhas da CIA e das tropas bolivianas que o perseguiam. No dia seguinte era fuzilado e o seu corpo mostrado ao mundo. Trinta anos depois, os seus restos foram encontrados junto com os de outros seis numa fossa comum. Apesar de terem sido confirmados por cientistas, até hoje se duvida que aqueles ossos sejam de Che Guevara. A lenda continua. Amado, idolatrado, odiado, Che Guevara, graças à famosa fotografia de Alberto Korda, ficou para sempre o ícone de uma certa forma de rebeldia. Muita gente tem feito dinheiro à custa da famosa foto, aproveitada para ilustrar camisolas, canecas, copos, posters, uma espécie de novo Cristo super star.
Admito que o Che não foi nenhum santo na sua pregação pelas matas da Sierra Maestra, do Congo, da Bolívia de outros países da América Latina. Talvez até, revolucionário que era, não tenha sido tolerante no julgamento dos que se “desviaram” da revolução de Fidel e dos seus acólitos. Talvez nem tenha sido bom ministro da Industria nem bom governador do Banco Nacional de Cuba.
Mas foi, sem dúvida, o primeiro exportador de revoluções à escala global. Não aceitava a política da “coexistência pacífica” concertada entre os Estados Unidos e a União Soviética. Fidel precisava da União Soviética e não aceitava com bons olhos as atitudes “libertárias” do Che. Mandou-o fazer a revolução para fora de Cuba e, quando, na ponta final da “sua” guerrilha na Bolívia, Fidel não lhe mandou nem uma bala de ajuda.
Autor da lei da Reforma Agrária, Guevara dizia:
“El guerrillero es, fundamentalmente, y antes que nada, un revolucionario agrario. Interpreta los deseos de la gran masa campesina de ser dueña de la tierra, dueña de los medios de producción, de sus animales, de todo aquello por lo que ha luchado durante años, de lo que constituye su vida y constituirá también su cementerio... Este Movimiento no inventó la Reforma Agraria. La llevará a cabo. La llevará a cabo integramente hasta que no quede campesino sin tierra, ni tierra sin trabajar.”
Afinal, o que tornou este médico guerrilheiro um símbolo para tantas gerações em todo o mundo e levou analistas a estudarem o fenómeno?
Talvez a sua verticalidade, a sua coerência de pensamento, a sua personalidade forte, talvez o facto de pôr em causa determinados valores. Talvez a imagem romântica do jovem combatente de causas populares, talvez o seu espírito internacionalista, talvez a sua morte violenta, como James Dean.
Passados estes anos todos, caído o Muro de Berlin e outros muros, Che Guevara continua a provocar. O que pensaria ele hoje, se ainda estivesse vivo?
Numa das suas viagens internacionais para vender o açúcar cubano, Ernesto escreveu à sua mãe:
“Algo que realmente se ha desarrollado en mí es la sensación de lo masivo en contraposición con lo personal; soy el mismo solitario que era, buscando mi camino sin ayuda personal, pero ahora poseo el sentido de mi deber histórico. No tengo hogar ni mujer ni hijos ni padres ni hermanos ni hermanas, mis amigos son mis amigos en tanto piensen políticamente como yo y sin embargo estoy contento, siento algo en la vida, no solo una poderosa fuerza interior, que siempre sentí, sino también el poder de inyectarla a los demás y el sentido absolutamente fatalista de mi misión que me despoja del miedo.”


Na foto, o Che com a mãe Celia de la Serna



quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Lição sobre o Sputnik



Suponho que para os mais novos, a palavra Sputnik não desperte qualquer tipo de reacção especial. Quando muito, alguns perguntariam se se trata de uma banda de musica .

Este mês de Outubro, dia 4, comemoram-se os 50 anos sobre o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra. Era uma pequena esfera de 58,5 cm de diâmetro, pesava 83,6 kg e não servia para mais nada do que para enviar um sinal sonoro que podia ser captado por qualquer radio-amador na Terra. Estou em crer que o Sputnik não foi mais que um gesto de propaganda da então União Soviética, para se colocar à frente dos Estados Unidos na louca corrida pela conquista espacial.

Foi, contudo, um grande feito da Humanidade este de conseguir vencer a gravidade terrestre. O Sputnik circulou à volta da Terra por uns seis meses após o que se despenhou.

Um mês depois, os soviéticos deram outra bofetada no orgulho americano ao lançarem para o espaço o Sputnik II, com a cadela Laika que, na realidade se chamava Kudriavka. O bichinho foi a primeira vítima da corrida espacial. Morreu uma semana depois de ser lançada, na reentrada do veículo na atomosfera terrestre.

O lançamento do Sputnik I trás-me recordações fortes apesar do tempo passado. Nesse dia 4 de Outubro de 1957 (ou talvez no dia seguinte), o meu saudoso professor de Filosofia no Liceu Salvador Correia em Luanda, Dr. Heliodoro Frescata, deu-nos uma das mais interessantes lições que um estudante pode receber - a da grandeza dos Homens, mesmo quando movidos por interesses menos claros. Ele falou de órbitas, de foguetões, da libertação da gravidade da Terra, no fundo, da constante busca de Liberdade pelo Homem.

O regime de então, duro de ouvido e conservador como todas as ditaduras, achou que a lição de Heliodoro Frescata tinha sido um acto de subversão política pelo que entendeu dever prender o homem como se, com isso, encarcerasse a liberdade de que ele era um dos grandes paladinos.

Muitos anos mais tarde, já em Portugal, tive a felicidade de voltar a encontrar aquele querido professor. A idade, a vida, não lhe tinham tirado aquela chamazinha que sempre lhe brilhou nos olhos. Frescata ainda voltou a frequentar mais algumas vezes as celas da polícia política. De cada vez voltava mais forte e mais certo das suas razões. Sem um queixume, sem sinais de revolta.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

MÚSICA TOTAL

Celebrar o Dia Mundial da Música é uma redundância que poucos dão conta, pois ela é como aqueles amigos que não damos por eles, mas que estão sempre presentes. Eu repito o que já alguém perguntou: o que seria do Ser Humano sem Música?


MÚSICA TOTAL
Combina sons com arte e ciência,Seduz com suavidade e doçura,É inspirante e inspiradora com a anuência Dos sentidos que participam na abertura,Música total, companheira na rotina E na excepção, seja aqui ou na Argentina.Folclórica, classica, samba, fado,As mesma notas,Tango, valsa (com ou sem tom abailado),Sem batotas,Blues, jazz, pop, rock abalizado Em alíquotas Precisas num perfeito baixo-assinado.fusas, colcheias, letras e acentos Harmoniosamente penetrando,lágrimas e sorrisos sem fermentos Esvaem-se e vão demonstrando A importância, sem se dar por ela,da música que é companhia tão bela.
kambuta

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

I think I'm a special one

O Mourinho foi-se embora do Chelsea e deixou-me sem clube. Vou explicar - não sou nem nunca fui muito dado a coisas do futebol. Os meus fervores desportivos foram sempre dirigidos para outros campos que não os de futebol. Automóveis, sua história, seu peso na civilização, corridas, pilotos, seus sofrimentos e suas façanhas.
O futebol, entretanto graças à sua gigantesca divulgação levou-me a concluir que, se não soubesse um mínimo da matéria, seria um ilustre ignorante isolado do mundo.
O Mourinho deu-me a volta à crença e passei a designar o Chelsea como meu clube quando me perguntavam a que religião futebolística pertencia. Era do Chelsea por causa do Mourinho, o orgulho nacional do homem que vence fora de casa.
Agora, vou ter de esperar saber qual o clube para onde o Mourinho vai para recuperar de novo o entusiasmo. Se ele vier para a nossa Selecção, para mim será ouro sobre azul - junto o homem ao clube de quem sempre gostei.



terça-feira, 18 de setembro de 2007

Rais parta

"Mine Mercado" algures no Alentejo.
Agora os investidores especuladores do dinheiro em Bolsa estão a tirar o cavalinho da chuva com medo de perderem mais do que já perderam com a queda dos valores. Dizem nas televisões que a "crise" já chegou a Portugal. Mas que raio, será que ando distraído? Para mim, amigos, a crise já cá anda faz muiiiitoooo tempo, talvez desde os Filipes.


Aqueles dois senhores que andam a disputar a presidência de um partido da chamada Oposição têm dito tanta babuzeira, tanta parvoeira que me interrogo se os militantes do tal partido ainda encontram algum motivo sério para irem às urnas colocar um deles no poleiro. Se aqueles dois é tudo quanto têm de opção para lider, coitado do partido.


Por vezes, o choradinho lusitano irrita-me. Os senhores bombeiros, pela boca do representante da sua associação nacional, veio dizer que, a continuarem assim com o aumento dos quilómetros para chegarem às urgências, dentro em breve as ambulâncias estarão a cair de podres por velhice. Curioso como não se lembraram disso há três meses atrás e só agora depois da reestruturação dos serviços de saúde. Ou será que a tal associação, distraída a facturar transportes em veículos sem manutenção ainda não tinha alinhado no coro de protestos que andou por aí a cantar os malefícios do ministro da saúde?


O Alentejo foi tido durante anos como sendo o celeiro de Portugal. Com a revolução, passou a ser a cara da Reforma Agrária que destruiu tudo o que produzia. A vinda de alguns estrangeiros que foram para lá (com ajudas financeiros do Governo) replantar com métodos modernos deu a chicotada psicológica de que o Alentejo estava a precisar, nem todos com as melhores intenções. E transformou-se em lugar para ricos que fizeram dos "montes" os seus cartões de visita com belas piscinas e jipões e de hippies retardados com pronúncias estranhas . Por onde andei nestas últimas semanas encontrei um Alentejo virado para o turismo, oportunista, careiro e raramente com a tão apregoada qualidade de vida excepto na ostentação vaidosa dos próprios locais encostados à sombra das paredes com o telemóvel metido na bolsinha presa ao cinto!!!!!!
Não tenho nada contra, até acho que pr'à frente é que é o caminho mas faz-me pena perder-se aquela singeleza sonolenta.


Rais parta este país que me anda a baralhar os neurónios.








sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Já não me lembrava !!!!


Para falar verdade eu já não me lembrava do que era passar um longo período .... de férias, afastado de tudo o que representa rotinas, deveres diários e...do computador. No fundo, creio que nunca cheguei a saber o que era ... tirar férias prolongadas. Durante a minha vida profissional na televisão, as férias a que tinha direito eram ocupadas a organizar e coordenar o serviço de imprensa do Grande Prémio de Portugal de fórmula 1. Depois dessa fase, fui usufruindo de dias livres espalhados pelo ano mas nunca com o espírito de "verdadeiras férias". Desta vez foi mesmo desligar o botão, virar para OFF e...desaparecer.
E sabem que mais? Gosteeeeiiiiiiiiii !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
No meio de todo este dolce farniente embalado ao ritmo alentejano, passei mais um aniversário. Obrigado a todos os que fizeram o favor de me cantar os parabéns a você aqui, nas SMS e nos emails. Obrigado mesmo.

domingo, 9 de setembro de 2007

feliz cumpleaños

la vida es la senda que hemos recorrido y la que haremos,aún.Ningún paso ha sido en vano. Felicidades y que se abran todavía muchos senderos-"besos en la frente"-Marita

CELEBRAR A EXISTÊNCIA

Meu estimado amigo Hélder de Sousa, neste dia em que celebras a tua chegada a este Planeta grandioso (que ficou mais rico com a tua presença) , solto uns versos em tua homenagem:

APROVEITAMENTO MÁXIMO


Permanecer atento e interessado
No meio do nada é uma ambição
Que persigo com um inconfessado
Ardor sentindo uma premonição
Leve que algum caminho estará
Já percorrido e que o futuro mo dará.

Livre de telemóveis, televisões,
Jornais e chatices do quotidiano
No meio de nenhures sem imposições
Aceitando o desafio adamastoriano
Da solidão proposta pelo que aparecerá
Juntando os cacos em tudo o que haverá.

Regressarei ao lugar mais longínquo
Da minha alma examinando preciosidades
Que ainda não perderam as validades
Auxiliando aquele pedaço propínquo
Da pureza que me transportará
A um agregado de vapores e me condensará.

Quieto, sem esboçar qualquer gesto,
Absorvendo a perturbadora riqueza
Exposta em lições que num honesto
E singelo senão irradiará a pobreza
De espírito que, creio, desaparecerá
Deste corpo mutilado que um dia não me pertencerá.

Francisco da Renda


Parabéns e que tenhas um dia feliz!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Que cien años no es nada...

El domingo 2 de setiembre,hubo elecciones gubernamentales en la provincia de Santa Fe (Argentina).
Ganó el partido de los hombres de la rosa :el partido socialista popular.
Por primera vez en la historia de la Argentina,un socialista ocupará el sillón de la gobernación.
Pero no sólo eso,sino que obtiene el triunfo en ciudades de la pcia. que desde que nació el peronismo ,siguieron peronista.
Ciento tres años de lucha y de espera.
El primer diputado socialista argentino que ocupó una banca fue el mítico Alfredo Palacios,quien presentó las bases de las leyes obreras,que luego pondría en vigencia Juan .D. Perón,desde otra política.
Pasaron años,el partido sufriría golpes fragmentarios e interminables divisiones.Más el golpe que le da el peronismo a ellos y a toda la izquierda.
Pero no cejan...siguen poco a poco.
El partido socialista popular vuelve a renacer en la universidad de Rosario(S.Fe) hace décadas.
Bregaban por la salud,la educación,los salarios y continuaban.
En cada elección sacaban algun puñadito de votos. No cejaban.Hasta que ganaron concejales en la muncipalidad y hace dieciocho años:La intendencia!!!
Desde allí,el pueblo de Rosario sigue eligiendo a intendentes socialistas.
Y este domingo, aquellos muchachos estudiantes de ayer, hoy doctores con más de sesenta años ,asisten emocionados al triunfo de ganar una gobernación. Ríen,cantan lagrimean. Los veo,conozco a muchos de ellos y me emociono juntamente.
Sé que estos "viejos muchachos"están dedicando el triunfo a alguien que los llevó al socialismo,cuando tenían veinte años, allá en los claustros universitarios. Que ahora no está porque se fue unos meses antes del 2 de setiembre.y que me cabe el orgullo de decir que fue mi gran amigo,el hermano que nos da la vida.
El gobernador es uno de ellos,pero más joven.Parco,respetuoso,generoso .Es un médico que ya hizo mucho por la salud en Rosario.
Le deseo lo mejor .Primero fue intendente,después diputado,ahora gobernador-El próximo paso:la presidencia

Às vezes dá-me para isto

Os sixties possuem algo de mágico. Não é só a intolerância da época quente das grandes manifestações em busca de um mundo mais perfeito, mais justo, mas também o molde que ajustou tantos de nós.
Não se confunda, porém, sixties com sixteens, embora ambos resumam enormes potencialidades de melancolia mas também de conforto a prazo.
No meu caso, os sixties a que pretendo chegar... já cá estão, em fase descendente até... a caminho dos seventies, assim il cuore e o resto aguentem...dão-me para desenterrar memórias ... dos sixteens e de antes.
Alguns de vós vão entender o que pretendo trazer para aqui como recordação.
Luanda, anos cinquenta. Cine-Teatro Nacional. Um casarão típicamente da época, cadeiras em madeira que se levantavam, frisas e camarotes como devia ser. Eu adorava o Nacional. Vestia-me todo de branco lavadinho pela minha mãe, recebia 5 angolares, um luxo que dava para tomar o maximbombo desde a Vila Alice (ou Clotilde conforme os amigos com quem ia) até à Mutamba. Dali à matinée era um salto de pardalinho. Os miúdos sentavam-se todos nas três primeiras filas, lá bem à frente. Reagiamos ensurdecedoramente aos feitos do Errol Flyn a preto e branco, adorávamos o Clark Gable e todos os que nos enchiam a cara na grande tela em cima das pestanas.
Tão entusiastas éramos pelo filme como pelo intervalo. De um dos lados do cinema, as portas abriam para um grande pátio onde os mais velhos se punham a fumar e os kandengues acertavam contas com as quintandeiras lá em baixo no passeio, carregadas de coisas boas de morrer - doces de coco, doces de ginguba e outras delicadezas. Gulosamente comiamos os doces e só não mordiamos os dedos empastados de açucar porque doía.
Os 5 angolares davam para dois fins de semana de luxo mais umas estravagâncias entre domingos. No regresso a casa, a opção era, muitas das vezes, pendurarmo-nos nas traseiras dos camiões e das carrinhas que tinham pára-choques atrás. Um luxo de adrenalina.
hs

domingo, 19 de agosto de 2007

Los pasajeros del tren de nuestra vida

La vida,ese extraño acontecer que fluye desde hace tanto en este viejo planeta-¡ay la vida!-no es posible descifrarla,decodificarla.No.
Se habla del presente, del pasado, del futuro. Que aquél no existe, que éste aún no está. Yo creo que pasado y futuro conforman nuestro presente.Porque hubo un ayer somos hoy y porque actuamos pensando en un mañana,nuestro hoy toma un determinado cariz.Además, el ayer no pasó en vano.
Ha muerto un amigo.Nunca nos vimos personalmente. Nos unió la internet. Me dirán que fue una amistad virtual. No estoy de acuerdo.Cuando nos sentimos acompañados,comprendidos, cuando podemos acompañar y comprender,cuando es posible la comunicación dialógica,no se puede hablar de virtualismo.
Seis años de intercambio diario de mails o de charlas.Preguntas y respuestas. Me alentó en mis tristezas, lo ayudé en sus dudas,me orientó en soluciones prácticas. Lo consulté en cultura.Sus años de experiencia como profesor,me sirvieron para aclarar y debatir temas.
Me comunicaba sus proyectos,sus logros,sus rabietas. Tengo sus libros en mi biblioteca, música interpretada en piano por él ,pues era su hobby.
Un día me habló de su preocupación: no se sentía bien.Comenzaron los estudios,se reveló la enfermedad. Hace dos días me hablaron de su casa, desde su patria italiana ,diciéndome que había fallecido.
Habrá un mail que nunca llegará en mi correo. Y el sol y las estrellas seguirán saliendo indiferentes.Y estarán sus libros en mi biblioteca.
Y pienso que es acertada la imagen de los pasajeros que suben al tren de la vida acompañándonos unos, hasta el final;otros,sólo algunas estaciones.Pero todos fueron dejando algo de sí en nuestra vida.
Una tristeza plateada resplandecerá en mi computadora.Iré borrando su nombre,sus fotos.
No creo que vuelva a escuchar su piano.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Onde é que estavas em 1961?

Casino do Estoril, Setembro de 1961

Concurso de Elegância e Conforto Automóvel, assim se chamavam os encontros da alta sociedade de Cascais.

Sem desprimor para a senhora da foto, a mim preocupa-me é o paradeiro do belo Maserati.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O Sousita

Baixote, entroncado, olhos azuis vivos, bem-disposto, respeitado pelos colegas, o Sousita entregava-se ao trabalho com tanto mais entusiasmo quanto a tarefa era difícil. Durante a II Grande Guerra foi despachado para a Guiné para construir e reconstruir pontes, estradas e edifícios públicos. Foi da boca dele que ouvi falar pela primeira vez de fulas, balantas, bijagós em episódios dignos de filme. A mulher e o filho ainda de colo juntaram-se-lhe mais tarde em Bissau. O regresso a Portugal, em "licença graciosa" não foi mais que um intervalo de preparação para novo empreendimento, desta vez em Angola. Malange e uma casinha à beira de uma floresta com o hospital em construção e perus que obedeciam à chamada da Quinhas, esposa e minha mãe estremosa. E foi da boca dele que ouvi pela primeira vez nomes como Saurimo, Cuanza, administrador, cipaio, maka. O fim da guerra, alegremente festejado, proporcionou-lhe a transferência para a capital, Luanda, para as Obras Públicas. Daí para os Serviços de Viação e Trânsito onde foi examinador durante anos e, perito de viação e trânsito até decidir antecipar a aposentação. Tranquilamente recolheu à aldeia da sua Quinhas, em tranquila reforma, donde fazia excursões a Leiria, sua terra natal. Frequentava todos os encontros e almoços de antigos colegas das OP, acho que para se certificar de que continuava a ser o Sousita, como os amigos carinhosamente o tratavam sempre. No domingo, dia 5, foi o dia do Sousita, meu pai.

sábado, 4 de agosto de 2007

hay revoluciones....


Las revoluciones suelen, generalmente, dar a luz libertad, independencia, renovación, mejoras, cambios beneficiosos._ Algunas, han sido nefastas._.Pero la revolución, a la que me voy a referir, no fue engendrada con sangre,ni con fuego,ni con duelos.Es silenciosa,entretenida,"sociable". Es la revolución comunicacional(T.V.videos,cines,etc.etc.)que nos exige ser su grey de creyentes. Nos ha convertido en fieles que recibimos pasivamente las órdenes de esta diosa. Y ahí estamos encandilados,absorvidos,pensando como nos dice la T.V: como el político de turno o el jornalista con más raiting ,riéndonos con el showman del momento.
Esta comunicación nos tiene atrapados,recibimos sus mensajes ,no con actitud crítica sino pasiva.Obedeciendo al "se dice", "se opina","se usa","se acostumbra","se bebe","se lee". -¿Cómo no voy a leer este best seller'?(No hay nada más tonto que un best seller.)(He leído dos en mi vida. Tres,no voy a leer).
Pero,con esto no pasa nada. Dirán muchos. ¡Sí,pasa!¿Cómo que no pasa nada?.Pasa mucho.¡Demasiado!
Una globalización que usando la comunicación nos ha envuelto y maneja nuestras mentes,nuestro actuar.Convertidos en observadores públicos sentados en las gradas de un gran teatro griego,desde donde "se nos dice"," se nos enseña" ,"se nos estampa".
¡Basta! Acordémonos de Descartes. El supo que era "él",porque pensaba.Fue su única salvación cuando se hundía en la duda."cogito ergo sum".
Mientras no pensemos por nosotros mismos,seguiremos formando parte de un rebaño cada vez mayor.
Marita Faini Adonnino-Argentina

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Carta a Cassio

Não sei se por todo o mundo ter ido para férias ou se foi pelo Parlamento ter fechado para descanso - coitados dos deputados, eles sacrificam-se tanto por nós que bem merecem férias –ainda não começaram os (grandes) incêndios de floresta. Por enquanto, só uns quantos. Quem sabe os incendiários também foram a banhos no Algarve congeminando novos ataques na “rentrée”. A verdade Cassio é que - especializados em adequar à nossa dimensão aquilo que outros inventaram - por aqui estamos na “silly season”. Você sabe, é aquela época tola, em que é permitido dizer os maiores disparates, fazer as maiores tolices e ninguém levar a mal. Se não houver coisa de futebol, haverá de política, se não, haverá de actor de telenovela. Mas há sempre notícia tola para encher de frivolidades as páginas dos jornais. Topa-me só esta: o Parlamento aprovou uma lei nacional sobre a questão da Interrupção Voluntária da Gravidez (aborto, em curto). Sendo nacional, é para todo o território mas, o sinhozinho Malta da ilha da Madeira, que está no poleiro do poder há 30 anos, como é do partido contrário ao do Governo, simplesmente disse que as suas finanças não pagariam os custos médicos porque, quem está doente é o primeiro ministro e não está para obedecer às regras democráticas que lhe deram o poder lá na Ilha. Ora, cá para mim, tal atitude só pode ser atribuída à época tola que atravessamos neste período de férias ou a uma insolação fora de tempo. Em breve, o arroto autonomista do governante ilhéu deixará de ocupar lugar cativo nos media, para dar lugar a outros assuntos mais veraneantes. Não havendo notícias relevantes, exceptuando as recorrentes informações sobre as temperaturas e raios ultravioletas, os jornais, rádios, televisões, blogues, internetes, conversas de café e todos os lugares onde se acumulem mais de duas pessoas ocupar-se-ão de nos entreter com afirmações, notícias, comentários mais ou menos bombásticas e... pronto...fica tudo resolvido, isto é, nada tratado porque, importante mesmo é ir para férias ainda que seja a crédito e o resto que se dane. Pelo meu lado estou livre disso uma vez que já resido comprovadamente em zona de férias. Distraído como sou, não tinha dado conta do ambiente não fosse ter começado a ouvir mais francês do que português na fila da padaria, de manhã. Eu pensava que eram turistas, até porque acabam sempre por entrar em carros com matrícula francesa mas, afinal, num momento de mais requintada atenção à pronúncia e ao vocabulário, acabei por isolar algumas palavras saídas do português como “as valisas pesadas”(as malas pesadas), “manger sardines assadas” (comer sardinhas assadas) e concluí que estes são um novo tipo de turista, não aquele que compra as férias num pacote de avião e hotel antes o que se empacota num carro atafulhado de “valises” e sacos, atravessa meia Europa para vir queimar as suas economias em sardinhadas, feijoadas e vinho tinto, verde ou de qualquer outra cor desde que seja vinho “lá da terra, s’il vous plaît”.
Mas também somos alimentados por belas pérolas embora menos sazonais mas igualmente dignas de serem guardadas em exclusivo estojo de veludo para repousarem ad eternum na galeria das grandes citações da nossa elite intelectual. Um conhecido advogado da nossa praça, que já foi bastonário da Ordem dos ditos cujos, em míngua de popularidade e de mediatização, aceitou (ele estava louco para aceitar) o convite feito por um candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa para exercer as funções de mandatário, portanto, do máximo representante dessa candidato. Uma espécie de Condolezza Rice mas ao nível português, percebes? Esse indivíduo, num assomo de vincada personalidade vertical e de bom gosto social, explicou a sua futura função na candidatura com esta frase lapidar, certamente já a caminho do pequeno e exclusivo grupo de futuros Nobel da estupidez misturada de auto convencimento : “sinto-me um ginecologista, trabalho onde espero que muitos se divirtam”. Então não é uma jóia de bom gosto? Acho que, com isto – ou com estes – já batemos de largo as gaffes do vosso presidente Lula. Pelo menos, Cassio, dá-nos o privilégio da dúvida a qual será rapidamente esclarecida por algum outro membro da “inteligentzia” lusa que, tal como o vosso Frei Betto, “subirá até aos mais altos galhos (não) do jatobá da fama revolucionária de onde distribuirá conselhos e orientações políticas” mas sim da pequena, mesquinha e doméstica prazenteirice com que perdoamos bojardas de boçalidade. Mal por mal, amigo, preferia apanhar com as bocas do Bocage, ou até mesmo de um mineirim “magina, num tô nem aí”. Deve ser da época tola, só pode!
Pasmo, Cassio, como é que este Portugal fez o que fez na história, com muito menos gente, sem televisão, sem telemóvel, sem engarrafamentos, sem Parlamento e com os castelhanos sempre em cima. Será o mesmo país?
Assim vai o reino, amigo, numa tarde estival onde o sol se alonga nas sombras e as pessoas se estendem como gatos no cimo dos muros adoptando, como leitmotive a expressão “no pasa nada” que é, como quem diz, não acontece nada e a gente se interroga se o sentido da vida é na direcção sul, pela A1 até mergulhar no resto do Atlântico antes de passar a Mediterrâneo.
Olha-se em redor e vê-se vida, é certo e também morte, doença e o coração se aperta quando o cerco é mais fechado e nos toca na pele ou na pele de quem mais gostamos. Fica-se um tanto paralisado, deixa-se sair revolta em palavras soltas, “porquê ela, porquê ele, porquê eu?” e reclama-se da injustiça de alguém de estar entre nós, mas não é só por isso, é por sentirmos que com essa perda algo de nós ficou a menos, irremediavelmente fracturado. A Morte, Cassio, para mim, é muito estranha, sou incapaz de a tornar física na figura tradicional do vulto preto com uma forquilha na mão. Também não sei dar-lhe configuração espiritual, sou impotente para a situar em contextos outros que não sejam “é o fim, acabou, fica a lembrança a dor da ausência e pouco mais do que uma pedra no cemitério.” Talvez por isso me espante (ainda) com a linguagem da Igreja Católica em determinadas ocasiões como num funeral onde, o que mais ouvi da boca de um sacerdote, foi a repetida alusão à ressurreição e ao perdão do pecado. Não entendo esta linguagem que acusa de pecador aquele que viveu ao mesmo tempo que lhe promete a ressurreição como não entendo que Bento XVI queira regressar ao latim nas práticas católicas. Latim, uma língua morta de volta à Igreja no século 21? Voltamos ao “Dominus Vobiscum” (o senhor seja convosco) e a um “fundamentalismo católico” para se contrapor ao daqueles muçulmanos que carregam um morto pelas ruas fora em passo de corrida ao mesmo tempo que gritam “Allah’u akbar” e à custa de quem ficamos a saber que “Deus é o maior”? Duvido que tais práticas conduzam à angariação e conquista de novos praticantes da fé católica, especialmente numa fase em que muito da vida de um dos grandes baluartes, Jesus Cristo, tem sido questionada com alguma paixão. Mas quem sou eu para enveredar por caminhos etéreos quando, afinal, o básico é estar vivo, partilhar e dar um pouco de si a quem está ao lado. Há dias encontrei um amigo que também precisou de umas substituições no sistema cardiovascular, colocaram-lhe três bypasses (pontes de safena como vocês aí chamam) tal como a mim, mas a diferença é que ele é sénior na matéria, foi operado fez sete anos e eu não passo de um mero iniciado. Interessante foi a conversa que se desenrolou entre nós dois, trocando experiências, conferindo sensações, e a ti, não te dói na perna de vez em quando?, ainda tens tonturas?, quantos comprimidos estás a tomar por dia? e coisas assim, assuntos altamente científicos como se notou já. Com tanta partilha e intercâmbio seria de esperar que a experiência e ensinamentos de um poderiam servir para o parceiro mas não, cada caso é um caso, cada pessoa é única e, o que serve para uma não servirá necessariamente para a outra. Fiquei um tanto desiludido quando me dei conta deste particular mas, por outro lado, suporto bem a diferença. Que adianta aconselhar um sénior com os meus truques de novato no clube? Ou ele a mim? São corpos diferentes.
Fica sim o suave gosto de aliança, o aconchego da empatia, a sensação de não estar só. É bom.
Como é bom saber-te daí desse lado do mar preocupado comigo. Não te angusties, “isto” está bem direccionado, tudo nos trinques, cada dia é mais um e não menos um.
Aceita aquele abraço com cheiro de saudade.

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