sábado, 29 de maio de 2010

uns dias em Abu Dhabi

Contraste.

By night

Hotel Sheraton

A avenida do primeiro Presidente dos EAU

Lado interior da Corniche-do outro lado é o mar

"Baixa" de Abu Dhabi

Jardins do Clube dos Oficiais
É "pra" parar.

Dizem que é a segunda maior mesquita. É de cortar o fôlego pela sua serena beleza.

Interior de um shopping

Eles lá dentro, elas cá fora

Sem comentários

Entrada para o clube dos oficiais

Como se costuma dizer, fui num pé e voltei noutro, a Abu Dhabi. Em serviço. Mas, ainda assim, tive oportunidade de verificar várias coisas em relaçao aos Emiratos Árabes Unidos, especialmente em relação ao Abu Dhabi e ao Dubai. São árabes, são muçulmanos, têm costumes diferentes dos nossos, mas são afáveis, hospitaleiros. Intriga a imensa população estrangeira trabalhadora - paquistaneses, muitos, indianos, sri lanca - são os trabalhadores-emigrantes que estão em todo o lado desde os hotéis, aos restaurantes, até às obras. Dizem que os locais, os senhores árabes, não trabalham, que têm muito dinheiro para pagar a quem trabalhe por eles. A verdade é que naqueles territórios, é tudo bem feito, com bom gosto e tudo funciona, desde o elevador à Internet. Os táxis são imaculadamente limpos e os motoristas, paquistaneses, vestem um uniforme e o taxímetro é um écran electrónico onde está a foto nome e nº do taxista, e a tarifa. A factura é tirada de uma máquina portátil como aquela em que se faz o pagamento nos restaurantes com o cartão.














Não há sujidade nas ruas e não há ressaltos nas avenidas, os carros, ali, nem precisam de molas.













Abu Dhabi é uma grande cidade, plana, conquistada ao deserto e ao mar do golfo, bem desenhada, fácil de aprender rápidamente. Tem uma longa avenida marginal La Corniche, repleta de parques de piqueniques, tudo ali é arrelvado, tudo é verde. Ainda bem porque o calor lá é....pesado, a rondar os 40 e a ir até aos 50.













Do que vi daquela sociedade, bem pouco, deu, contudo, para perceber que os homens não se misturam com as mulheres nos lugares públicos. Na piscina do hotel havia uma hora para as mulheres e outra para os homens. Nos cafés, nos belos centros comerciais, elas sentam-se num lado, eles no outro. Só os casados andam juntos e até de mãos dadas. Elas, as jovens, vestem como qualquer jovem do mundo mas, muitas, fazem gala em usar aquela longa túnica preta e o lenço. Algumas tapam a cara toda com o véu.













Abu Dhabi é uma bela cidade onde se pode viver.













Apreciem as fotos que aqui deixo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A 1ª vitória



Hoje vou escapar a falsas modéstias para elevar o meu ego ao lugar mais alto do pódio. Desta vez, acreditem, não estou a usar figura de estilo.

Eu conto. No dia 28 de Maio de 1972, inaugurava-se com toda a pompa dos tempos coloniais, o Autódromo Internacional de Luanda. Uma enchente de povo a engalanar a bancada e todo o circuito, O Governador de então, não me lembro do nome dele, a bordo de um Mercedes descapotável, deu uma volta à pista seguido de todos os carros que iam correr nesse dia festivo.

Eu queria muito participar da festa mas não tinha carros para aquelas andanças. Fui ter com o meu grande amigo de sempre, o Renato Fraga, que tinha uma equipa de competição chamada Team Mocar, com vários Ford Capri 2.600GT.

Os organizadores, na sua boa vontade de homenagearem os pilotos mais antigos, decidiram fazer a corrida inaugural dedicada aos pilotos da "Velha Guarda". Mas eu não tinha carro e queria muito correr. Fui falar com o Renato a ver se ele me emprestava um carro para participar. Já estavam todos tomados. Um cliente dele, ouvindo o meu lancinante pedido, pergunta-me, sem me conhecer de lado nenhum: "mas você quer mesmo correr na inauguração?". E eu: "quero, pois." E ele: "então corre com o meu carro, porque eu só vou correr na prova dos Consagrados". E eu: "não tá a gozar comigo, pois não?". E ele: "oh! Renato, diz lá aqui a este teu amigo que sou um tipo de palavra". E o Renato: "eh pah, aqui o Waldemar está a falar a sério. Já tens carro para correr". E foi assim que participei na prova inaugural do Autódromo de Luanda.

A sorte esteve do meu lado. Tinha um adversário muito forte, em carro idêntico, o engº. Henrique Bandeira Vieira. Ele arrancou melhor do que eu. Eu tremia tanto na grelha de partida que quase me esquecia de levantar a embraiagem para arrancar. Após um perseguição de faca na boca (deixem-me dramatizar um bocado a estória), consegui ultrapassar o Henrique e cortar a meta em vencedor. Eu nem acreditava que tinha ganho. A minha alegria era imensa. Não só ganhara a corrida mas também ficava creditado como o primeiro vencedor do autódromo de Luanda. Recebi imensos troféus e medalhas. Mas, o mais saboroso, foi ter subido aqueles degraus do pódio, até ao mais alto.

Me desculpem qualquer coisinha mas não consigo conter a emoção daquele dia, faz agora 38 anos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Muxima, um lugar mágico

Muxima é um lugar mágico. A palavra quer dizer coração em kimbundu, a lingua do Bengo. Gosto de ir a Muxima, sentar-me na igreja do século XVI, e ficar ali sem olhar para o relógio. É o maior lugar de culto católico de África. Gosto de ir a Muxima, ficar a falar com as crentes, sentadas no exterior à sombra de frondosas mulembeiras. São elas que cuidam da igreja.
Descalçam-se à entrada e fazem a distância entre a porta e o altar, de joelhos, rezando. Outras, postam-se junto do altar e "conversam" com a imagem da santa. Mostram oferendas, fotos de entes queridos. Falam como se falassem com a mais íntima das amigas. Mas não se ouve o que dizem.
Gosto de ir a Muxima. Ali, respira-se paz, conforto interior, sensação de bem-estar. A igreja é luminosa e arejada, a porta principal e as laterais estão sempre abertas. É um lugar para se estar.
É preciso ir a Muxima uma vez na vida. Mesmo que não se seja praticante. Mas ir depressa porque, qualquer dia, erguem lá um santuário gigantesco, com projecto já aprovado como se quisessem transferir Fátima para ali.
A senhora da Muxima não vai gostar de mudar de casa.














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