quarta-feira, 18 de julho de 2007

Manipulação, incompetência, preguiça?

Esta quinta-feira e dia seguinte Lisboa acolhe alguns grandes do mundo para discutirem a paz no Médio Oriente. Dinheiro mal gasto com Blair, Condoleeza Rice e sei lá quem mais, o que fiquei a saber durante todo o dia de quarta-feira, de manhã à noite, foi que está montado um exemplar esquema de segurança com não sei quantos polícias em motos, batedores, grupo de Operações Especiais, caças F16 prontos a descolar do Montijo, helicópteros, atiradores especiais, enfim, um pequeno exército para “garantir a segurança” dos artistas da alta politica. Da conferência em si, do que vão discutir, do que é que está em cima da mesa (para usar uma expressão tão na moda aqui no rectângulo), de quais as hipóteses de alinhamento de directivas, de qual o papel de Portugal para além de anfitrião, nada foi dito, ninguém foi ouvido.
Como informação repetida de hora a hora em todos os noticiários da rádio, é bem pobre, estou mesmo a ver como a coisa funcionou: a Polícia, para mostrar serviço, fazer propaganda de si mesma e justificar futuros pedidos de aumentos financeiros ao Governo, mandou cá para fora um comunicado a explicar em pormenor o esquema montado e, as redacções, em alternativa às queixinhas do sr. Marques Mendes, agarraram-se com unhas e dentes aos nossos Rambos domésticos Mas não foram mais longe que o chinelo de quarto porque, investigar, ir para além do press release, variar a informação enriquecendo-a durante o dia dá muito suor e o Verão está a começar a apertar.
Para mim, esta atitude informativa não passa de grosseira manipulação da Polícia, de incompetência das chefias de redacção e de preguiça dos jornalistas.
Não acredito que, ao divulgar os meios de protecção dos senhores da Paz no Médio Oriente, os eventuais terroristas do Líbano, ou da Palestina ou mesmo da ETA estejam a tremer de medo e, se quisessem, não seriam capazes de fazer um golpe inevitavelmente de grande projecção mundial.
A propósito, há alguém que queira realmente a paz no Médio Oriente? Estou em crer que a reunião de Lisboa, não passará de mais um show off dos grandes do mundo.
hs

2 comentários:

Pitigrili disse...

Há pois. Senão, vê isto:
O leilão na eBay do lote 150141399174 começou na segunda-feira, dia 16, às 08:58:25, hora de Nova Iorque, e deveria prosseguir até à mesma hora de dia 22 – mas ontem de manhã a venda já tinha sido suspensa.
Durante menos de 24 horas, dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo, a maioria delas passando por lá “só para ver as montras” e apenas pouco mais de uma centena de licitadores, acederam à eBay para verem o que o vendedor, identificado como “cptnabil” tinha colocada a leilão: “Uma solução para a Guerra no Iraque”.
Na descrição do artigo, “cptnabil” escreveu que não se tratava de uma brincadeira e que “se for o maior licitador, enviar-lhe-ei uma solução viável para o conflito em que presentemente estamos envolvidos”. Apresentava-se como “oficial da intelligence militar no Exército dos Estados Unidos com grande experiência de Médio Oriente”, falando a língua local, “tendo estado algum tempo no Iraque como soldado de intelliogence durante a operação Tempestade no Deserto de 1991”. Acrescentava que “estive envolvido no planeamento de mais de 400 operações de combate e participei pessoalmente em mais de 300 operações de combate, desde destruição de células terroristas a rusgas contra mercados de armas. Não tenho falta de coragem nem de capacidade para combater”.
Mas acrescentava também que “chefiei esforços humanitários que variaram de entrega de brinquedos e contrução de pontes e apoio educacional. Não me falta coração nem capacidade para sentir”.
E depois de dizer que não acusa nenhum grupo pelo que está acontecer e de chorar “amigos perdidos, tanto americanos como iraquianos, militares e civis”, acrescentava que “esta é uma questão altamente pessoal em que apliquei um distanciamento objectivo para chegar a uma conclusão lógica”.
Terminava lembrando que “esta guerra custou-nos até agora cerca de 400 mil milhões de dólares e mais de 3500 vidas americanas”, pelo que “o meu preço ‘compre já’ por cinco milhões parece perfeitamente razoável em comparação”. O vendedor prestava-se ainda a “não somente enviar a solução mas também disponibilizar-me durante duas horas para melhor explicar a minha solução e responder a qualquer possível pergunta que possa ter” e entre os potenciais compradores sugeria “senadores, congressistas ou candidatos à presidència”.
Ao fim do dia de segunda-feira, o misterioso vendedor foi identificado como o capitão do Exército Thad Krasnesky, de Brooklyn, Nova Iorque. A um jornalista do “New York Post”, disse que “não concordo com a forma como as coisas estão a ser conduzidas. Julgo que estamos a fazer lá algumas coisas boas, mas penso que o resultado final vai ser mau”. Mas mais ninguém conseguiu contactar com ele...
O lote 150141399174 foi “retirado” do leilão. Será que alguém (a Casa Branca, o Pentágono?) terá comprado os planos do fim da guerra?

kambuta disse...

Helder, estás sempre atento. Muito pertinente este teu «post» caracterizando bem o que se passa na nossa actual imprensa. Um abraço.

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