A ANDORINHA-MÃE
O vaivém atarefado é constante:
Ora pica o voo numa volta alargada
Ora dispara num enviesado rompante
Na direcção do barro onde a ninhada
De bicos abertos espera que se cumpra
A rigorosa Lei que nunca se deslumbra.
Com a colaboração do macho
Que faz a vigia na sua ausência,
A excelência de engordar (em fogacho
Quase imperceptível) sem anuência
Os futuros perpetuadores da espécie
Afasta as intenções de qualquer sordície.
Na singeleza da natureza não há alternativas
Pois tudo é correcto preenchendo os lugares
Devorados em análises de muitas perspectivas
E por mais que queiras, só resta enxugares
A lágrima solta pelas alegrias interrogativas
Que te darão vontade de centrifugares
Os malefícios isolados em redomas marcadas
Sobressaindo o exemplo das andorinhas desembaraçadas.
Lisboa, 9 de Julho de 2007
Francisco da Renda
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