Amigo meu de longa data defendia acaloradamente à mesa onde jantávamos uns 14, que, contrariamente ao que Fernando Pessoa dizia, a língua já não é a nossa pátria. Para sustentar a tese, recordava os lugares por onde passaram portugueses e onde ainda subsistem marcas da presença lusitana como em Goa e Damão, no Sri Lanka e noutros lugares remotos onde, apesar de não se falar o português, ainda se guardam muitos sinais da cultura portuguesa, para além dos nomes.
E que, até mesmo os países da Comunidade de Paises de Lingua Portuguesa não precisavam do português para se sentirem pátrias. Conceito interessante para ser analisado, especialmente se se puser na lista dos tópicos a influência do sentimento que muitos têm de não pertencerem a lugar nehum.
Há muitos portugueses, nomeadamente dos que vieram das antigas colónias, cujo desenraizamento os levam a considerar que "não têm terra". Não têm a felicidade de poderem dizer aos amigos: fui à terra e trouxe de lá umas batatas.
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