Antigamente, antes da libertação, o Presidente da República tinha por missão patriótica cortar fitas de inaugurações. Era tratado por venerando chefe de estado, assumia o papel do paizinho de todos e brilhava em discursos vazios de conteúdo prático mas cheios de gongorismo.
Hoje, o Presidente da República tem por missão patriótica criar factos para aparecer todos os dias na televisão e justificar o seu elevado cargo. É tratado democrática e familiarmente por o Presidente ou simplesmente pelo nome mais forte - Soares, Cavaco - assume o papel de presidente de todos e brilha em discursos nos quais, sendo o primeiro magistrado da Nação, manda umas bocas sobre coisas que acha que devem ser corrigidas, as mesmas que eles, nos seus tempos de governantes, nunca corrigiram.
Se mandasse, de facto, alguma coisa, eu aceitava sem hesitações a existência de tal figura na lista de ordenados do Estado mas, da forma como o cargo está delineado em Portugal - pouco mais serve do que para fazer apelos e mostrar preocupações - começa a tornar-se dispensável.
hs
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