terça-feira, 12 de junho de 2007

Então...é assim! Será mesmo?

Uma vez, uma vizinha certamente mal disposta da noite acabada de passar e visivelmente malcriada da falta de educação, para reclamar contra um pingo de água do ar condicionado caído num pano de limpar louça estendido na corda do seu andar de baixo, depois de bater freneticamente à porta iniciou os seus delicados bons-dias das boas maneiras - que não tem – e de pretensa reclamação – que não se justificava - com um “então é assim” saído das profundezas de uma garganta onde não passou, obviamente nunca, uma gota de chá. Como é fácil de imaginar, fiquei traumatizado para o resto da minha vida com tal expressão usada com tanta frequência por quem tem um qualquer complexo de autoridade e, agora, colada a mim num matinal pesadelo..
Recentemente, num daqueles passeios que damos aos olhos sobre os títulos dos jornais, tropecei novamente num “então é assim”. Este vinha ilustrado com um desenho de um casal em posição do missionário, suponho eu que não representava qualquer nova forma de veneração a um deus desconhecido nem ilustração para um novo preservativo. O desenho era evidente e representava um casal a praticar sexo. Tratava-se, souberam os meus olhos ao aprofundar a diagonal da leitura, de um filme feito para ensinar a vida sexual dos adultos às crianças encimado pelo título “então é assim” realmente obnóxio. Como quem diz: meninos, agora, vão ficar a saber de facto como é que se faz amor de verdade, imaginem os vossos papás e mamãs e brincarem...aos papás e mamãs, em vez de serem vocês na casa de banho da escola, “Ora então...é assim!”...
Deixo à imaginação dos meus queridos leitores a continuação da história. O happy end está em que não consta que algum menino ou menina tenha ficado traumatizado com este "então é assim". Ainda bem. Eu é que já estou a ficar sensível de mais a frases (mal) feitas.
hs

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