domingo, 31 de outubro de 2010

Finalmente, a mudança

Finalmente, depois de tanta angústia com o que nos vão tirar do bolso, alguma coisa mudou neste país.....



........  A  HORAAAAAA.....

terça-feira, 26 de outubro de 2010

CHOMSKY, SEMPRE CONTROVERSO....ou talvez não !!

Avram Noam Chomsky


As 10 Estratégias de Manipulação Mediática

O linguista dos Estados Unidos Noam Chomsky elaborou a lista das "10 estratégias de manipulação" através dos media:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO.


O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.


Este método também é chamado "problema-reacção-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.


Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.


5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.


A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adoptar um tom infantilizante. Porquê? "Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".


6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.


Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...


7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.


Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.


Promover ao público a achar que é moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto...


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua acção. E, sem acção, não há revolução!


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.


No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

domingo, 24 de outubro de 2010

ARTIGO NO PRAVDA sobre Portugal

Artigo do jornal russo Pravda sobre Portugal
recebido no meu email, de um amigo. Não é o que está na imagem.





Source: Pravda.ru



Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José
Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer
sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente
deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.
E não é porque eles serem portugueses.
Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que
doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se
estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando
a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar
Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a
chegar ao Japão....e à Austrália.
Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de
austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de
política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contato com o
mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e
Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as
agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da
América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e
sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.
Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?
Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e
com medo, apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes
em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta
Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a
agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.
E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares
para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e
adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os
Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da
direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos
portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos
para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas
lusas!!), a troco de quê?
O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade
de criar emprego e riqueza numa base sustentável?
Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e
1995, anos em que despejaram bilhões de euros através das suas mãos a partir dos fundos
estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de
Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de
cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!)
e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e
parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos
públicos.
A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma
inapta, descoordenada e, às vezes inexistente localização no modelo governativo do departamento
do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o
país e seu povo.
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-
estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de
parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava
no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar
ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram
criadas, em muitos casos já fecharam.
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e
esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati.
Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O
Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi
desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo
a perderem o controle e a participarem.
Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.
E ele é um dos melhores?
Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António Guterres (PS), um excelente
Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um
buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas
abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou
ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do
que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer
hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de
José Sócrates; um Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e
tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses
instalados.
Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado
da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise
mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões
de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis,
enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projetos de
educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de
inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de
laboratório, que obviamente serão contra-producentes.
O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos.
Aqui estão os resultados:
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo,
mudar de emprego ou abandonar o país (5%)
Concordo com o sacrifício (1%)
Um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será que a economia encolhe
ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela
população de Portugal, 10 milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a
obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no
caso de Portugal, contínua) recessão.
Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!
É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal
está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo
de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido
Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.
Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a
ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao
longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.
Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido
assimilados há séculos pela Espanha.
Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude". Certos, bem longe de
Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora.
Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política
abominável.



Timothy Bancroft-Hinchey

Pravda.Ru

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

VIVER A PRAZO


A Sol está condenada pela medicina, foi-lhe detectada uma metástase no pulmão direito. A médica deu-lhe dois meses de vida.

A Sol é uma gata persa que foi oferecida em bebé à minha filha mais velha, a Patrícia. Por razões diversas, sobretudo devido à profissão de Assistente de bordo (vulgo Hospedeira do ar) da Patrícia, acabou por ficar em minha casa. Cada vez que a Patrícia a trazia para casa quando ia voar, a bichinha chegava sempre em stress. Achou-se melhor estabelecer-lhe residência fixa.

Quando tive a síncope que me ia levando para o outro lado, depois da operação, em recuperação em casa, a Sol foi a minha companhia permanente nas 24 horas dos dias. Nunca saiu da minha cama, sentada ou deitada aos pés, mas sempre virada para mim. Tomou conta de mim de dia e de noite. Nunca esquecerei esta devoção “maternal”, afectiva, desta gata.

A Sol é um animal com uma personalidade forte, do alto dos seus 12 anos de idade, mas, ao mesmo tempo, muito afectuosa, muito carinhosa. Costumo dizer que é “pessoa” em forma de gata. Tem uma expressão de olhar que “derrete” o coração mais empedernido. Impõe-se quando acha que deve, tanto em face ao seu companheiro Lua um pouco mais jovem, como em relação à cadelita Twiggy, uma caniche que nos acompanha há 16 anos.

Quando se ama alguém, mesmo sendo um animal de estimação, não se aceita uma sentença de morte ditada pela ciência, ou, pela incapacidade da ciência. Quando muito, com alguma sorte, ela poderá ainda durar uns seis meses mas, já com sofrimento. Terá de avançar para a quimioterapia. Não estou a ver a “minha” Sol a ter de fazer quimioterapia todos os 15 dias. Ela que é tão assertiva, tão decidida, tão autoritária!. Cair no torpor do tratamento, deixar de executar as suas atitudes de “mandona” em relação aos outros animais e até a mim, não estou a ver a Sol a aceitar isso.

A notícia ainda está fresca e ainda estou em “choque”, a médica há-de dar os conselhos que achar mais convenientes para o bem-estar da Sol.

Sei que a Natureza vai seguir o seu caminho inexorável e que eu vou ficar sem a companhia da Sol dentro de um prazo relativamente curto. É estranho tudo isto. Todos sabemos que a morte é o que há de mais exacto na vida. Todos sabemos que ela vai chegar a todos nós. Temos sempre a esperança de um adiamento, de um prolongamento.

“Ahhh!!! A Morte não me vai fazer isso agora, já”. Custa é quando é dado um prazo. Dois meses, seis meses. Um prazo. O fim da linha. O términus da viagem. O muro que não se vence. Numa morte anunciada, não é só a vítima que sofre mas também quem a rodeia. Todos passam a viver a prazo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Os meus relógios russos


Dos paraquedistas

Dos submarinistas, automático, suposto aguentar até 200 m de profundidade. Desculpem a qualidade da foto um pouco.."aguada", como convém.

Em 1993, na Praça Vermelha em Moscovo, vagueava eu pela história junto às grandes galerias que existem no lado oposto ao Kremlin. Procurava "souvenirs" para levar para casa mas, estranhamente, não via vendedores ambulantes. Até que fui abordado por um que me propunha "excelentes relógios de grande qualidade". Devo confessar que uma das palavras mágicas que agitam os meus neurónios é precisamente "relógios".
Mas, onde estava o mostruário? Ele não carregava nenhum. Comecei a desconfiar, não estivesse eu a começar a ser mais uma vítima sei lá de que maldade humana.  Fez-me sinal para o seguir. Fui, na boa. Voltei a desconfiar quando me encaminhou para um baixo de escada, algo escuro, algo assustador. Era ali a "loja" dele. Num inglês pior que o de alguns governantes, explicou-me que as autoridades perseguiam-nos e que tinham de se esconder. Tudo bem, "mostra lá os relógios". Dezenas deles, de todos os feitios, comemorativos de datas "gloriosas" da União Soviética, pins, colares, enfim, uma quantidade infinda de "souvenirs".

Dos blindados, com 17 rubis








Do KGB, automático, 200 metros

Lá fui separando uns dos outros para uma melhor selecção, sempre com os conselhos sábios do vendedor a enrtrarem-me por uma orelha e a sairem pela outra. Depois de laboriosas negociações e de cálculos sobre a relação rublo/escudo, fizemos negócio. Trouxe, dentro de um saquito de plástico de compras, os meus preciosos relógios. Achei particular interesse nas peças exclusivas para os vários ramos das forças armadas. O relógio dos blindados, o relógio dos submarinos, automático, o relógio dos paraquedistas e, automático também, capaz de suportar até 200 metros de profundidade (coisa que nunca experimentei por absoluta falta de tempo como devem compreender), o relógio do KGB.
Depois, apresento-lhes um relógio "mais para melhor" como dizia a minha mãe quando achava que era necessário subir o estatuto e um outro, o único de pilha comemorativo da "grande CCCP" onde por baixo do 6 se lê, dificilmente, "Made in USSR". Certamente era para exportação para os...EUA ??

Aqui ficam para a vossa curiosidade. Não são uma gracinha?


Counter II

Counter