quarta-feira, 26 de maio de 2010

A 1ª vitória



Hoje vou escapar a falsas modéstias para elevar o meu ego ao lugar mais alto do pódio. Desta vez, acreditem, não estou a usar figura de estilo.

Eu conto. No dia 28 de Maio de 1972, inaugurava-se com toda a pompa dos tempos coloniais, o Autódromo Internacional de Luanda. Uma enchente de povo a engalanar a bancada e todo o circuito, O Governador de então, não me lembro do nome dele, a bordo de um Mercedes descapotável, deu uma volta à pista seguido de todos os carros que iam correr nesse dia festivo.

Eu queria muito participar da festa mas não tinha carros para aquelas andanças. Fui ter com o meu grande amigo de sempre, o Renato Fraga, que tinha uma equipa de competição chamada Team Mocar, com vários Ford Capri 2.600GT.

Os organizadores, na sua boa vontade de homenagearem os pilotos mais antigos, decidiram fazer a corrida inaugural dedicada aos pilotos da "Velha Guarda". Mas eu não tinha carro e queria muito correr. Fui falar com o Renato a ver se ele me emprestava um carro para participar. Já estavam todos tomados. Um cliente dele, ouvindo o meu lancinante pedido, pergunta-me, sem me conhecer de lado nenhum: "mas você quer mesmo correr na inauguração?". E eu: "quero, pois." E ele: "então corre com o meu carro, porque eu só vou correr na prova dos Consagrados". E eu: "não tá a gozar comigo, pois não?". E ele: "oh! Renato, diz lá aqui a este teu amigo que sou um tipo de palavra". E o Renato: "eh pah, aqui o Waldemar está a falar a sério. Já tens carro para correr". E foi assim que participei na prova inaugural do Autódromo de Luanda.

A sorte esteve do meu lado. Tinha um adversário muito forte, em carro idêntico, o engº. Henrique Bandeira Vieira. Ele arrancou melhor do que eu. Eu tremia tanto na grelha de partida que quase me esquecia de levantar a embraiagem para arrancar. Após um perseguição de faca na boca (deixem-me dramatizar um bocado a estória), consegui ultrapassar o Henrique e cortar a meta em vencedor. Eu nem acreditava que tinha ganho. A minha alegria era imensa. Não só ganhara a corrida mas também ficava creditado como o primeiro vencedor do autódromo de Luanda. Recebi imensos troféus e medalhas. Mas, o mais saboroso, foi ter subido aqueles degraus do pódio, até ao mais alto.

Me desculpem qualquer coisinha mas não consigo conter a emoção daquele dia, faz agora 38 anos.

2 comentários:

Higorca Gómez Carrasco disse...

Enhorabuena por todos los éxitos conseguidos, no todo el mundo puede decir lo mismo y además ya vamos teniendo una edad que debemos presumir de aquello que fueron nuestras hazañas, nuestros éxitos que nos los hemos ganado a pulso, querido amigo, yo nunca hablo de mí, de mis cosas, de mis hechos y a fin de cuentas ¿qué? Nadie, nadie sabe nada, nada de mí.
Besos, abrazos y escribe más sobre tí

Anónimo disse...

E de novo... 38 anos passdos, PARABENS!
So foi pena que pelo segundo ano (2009 e 2010), nao tivessemos realizado o nosso habitual encontro de antigos praticantes e admiradores dos desporto automovel em Angola.
Fica agendado para 2012, quando se completarem 40 anos.
Vai em frente, amigo.

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