segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Discurso do século

O Discurso do século

Um surpreendente discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do
seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. A conferência dos chefes de Estado da
União Européia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus
ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.

'Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil
anos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos. O irmão
europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder
descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o
pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.
Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas. Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação decapitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALL MONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, dapoligamia, e de outras conquistas da civilização. Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?> Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra. Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue? Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas. Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica...'

Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira dívida externa.

domingo, 22 de junho de 2008

Grande


Este menino de 13 anos de idade, Miguel Oliveira, ganhou hoje no circuito inglês de Donington, a corrida Red Bull Rookies Cup, toda ela feita sob chuva.

A vitória do jovem piloto português não podia acontecer em melhor hora, à frente dos grandes pilotos e equipas da moto GP que se encontram em Donington para disputarem o Grande Prémio da Inglaterra de motociclismo.

Se Portugal nos dá poucas razões de orgulho e autoestima nesta fase de profunda crise económica, a vitória deste menino num evento internacional sempre ajuda a recompor o sentimento nacional.

Não será por ele, Miguel, ou pelo Mourinho, ou pelo Figo que os portugueses vão ver as suas vidas sairem do buraco em que estão mas os seus feitos sempre podem servir de exemplo de força de vontade de vencer que é coisa que parece estar a faltar em casa lusa.

domingo, 15 de junho de 2008

Pequenino


Portugal, olhado do lado de fora da Europa, fica reduzido à sua verdadeira dimensão de país sem importância. É como se uma lente de diminuir estivesse virada em permanência para o pequeno rectângulo e nos retirasse todas as possíveis ilusões de óptica sobre o Éden lusitano.

Com a notória capacidade dos governantes de desgovernarem tudo, a leitura dos jornais domésticos - via Internet - mostra-nos um Estado de norte perdido, sem soluções, resignado com o seu triste fado de ser a eterna cauda da Europa. E, como se sabe, a cauda está muito perto do lugar de descargas fedorentas. Nada se pode esperar de bons augúrios com tão vil colocação.

E como se não bastasse, a "nossa selecção" perdeu vergonhosamente com a Suíça, de quem se dizia que seria arrumada em dois tempos, com o mínimo de três golos. Os grandes analistas, mais os responsáveis da equipa, mais os senhores da federação da bola já foram dizendo que Portugal jogou com a equipa de reserva, com as segundas linhas, que o árbitro prejudicou a equipa, tentando amenizar uma derrota- imagem do desgoverno de pessoas cujos rendimentos num mês são superiores ao que muitos lusos nunca ganharão numa vida de trabalho.

Para nós, para os emigrantes,especialmente para os portugueses na Suíça, o dia seguinte ao desta derrota será amargamente engolido com as graçolas bolsadas pelos suíços para quem trabalham.

Ou será que quem jogou com a Suíça não era a selecção nacional portuguesa, aquela que faz milhares de portugueses vestirem as cores da bandeira e correrem aos estádios para apoiarem os jogadores ou para manifestarem, por hora e meia, uma réstea de orgulho, uma esperança de vitória do país sobre o desgoverno?


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quantos poemas tem a noite?


Eu não sei ... deve ter muitos


...aqueles que quiseres ter


...aqueles que souberes ler


...aqueles que te fazem falta


...e ainda aqueles outros


de onde saiem gritos e dores


sussurrados com timidez


de quem está em crédito.




Na coluna da direita, na Sala de Visitas, costumo deixar endereços de lugares onde ir ler um pouco de tudo à distância de um clic (destesto isto da distância do clic mas hoje os meus neurónios de estimação entraram em suspensão) ... são blogs onde me estendo e me deixo envolver ... e que gosto que quem aqui vem se sinta bem e vá até lá esticar o pensamento.


Hoje, descobri mais um "must" de leitura em


http://quantospoemas.blogspot.com/ assinado por MIRABILIS (ou SHERAZADE)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Europe's cheapest petrol / Greenland - Gasolina a 50 cts/litro

Notícias AFP

Where to find Europe's cheapest petrol? Greenland.
by Slim Allagui

ILULISSAT (AFP) - At a small petrol station dating from the 1960s in Greenland, SUVs queue to fill up with the cheapest gas in Europe, at just 3.77 kroner a litre or 50 euro cents (78 US cents).
The low price is not an advertising coup nor public relations campaign, just the regular price for petrol in Greenland, the biggest island in the world with only 57,000 inhabitants.
"And I find the price a little expensive," says Julius Saldgreen, 49, at the wheel of his jeep after picking up his two daughters at school.
By comparison, a litre of unleaded 95 cost 1.52 euros in France and 1.49 euros in Germany last week, while diesel went for 1.45 and 1.48 euros, respectively.
At the other end of the scale, Americans are reeling at the thought of paying almost 4.0 dollars a gallon or 0.68 euro cents a litre.
In Greenland, a Danish autonomous territory since 1979, the local government has long had a retail monopoly on energy, offering generous tax rebates on super unleaded, diesel and heating fuel.
"We do it to help hunters and fishermen in particular, since they have low incomes and the living conditions in the Arctic are tough, with long and very rigorous winters," the head of the local government, Hans Enoksen, told AFP.
In order to maintain low prices even in the most remote parts of the island, the local government has signed long-term contracts for stable charges with the oil companies and stocked enormous quantities of petrol in reservoirs that dot the entire coast.
Price display for fuel is seen at a gas station in Ilulissat©AFP/File Slim Allagui
A "wise approach" hailed by the islanders, according to Saldgreen.
But some are nonetheless unhappy, such as Jan, one of 30 taxi drivers in the western town of Ilulissat who finds "the petrol price too high lately."
His colleague Per disagrees, saying the price at the pump is reasonable.
"But it can't hit five kroner like it did a few years ago, which led to protests from the fishermen who blocked Royal Greenland's fish processing and packaging factory in order to push for higher fish prices, the only way to counter the high diesel price," he explains.
"A rise in petrol prices would lead to higher transport costs and higher inflation. That would penalise consumers and especially the fishermen and hunters, who are already affected by the global warming that is threatening their livelihoods," Per says.
In Ilulissat, a town inscribed on UNESCO's world heritage list, the colourful boats belonging to the halibut and shrimp fishermen are docked in the port.
The fishermen, like everyone else, pay the same low price for diesel as for petrol and heating fuel.
"Otherwise we would have a hard time making ends meet since global warming is causing the Ilulissat glacier to recede," says Knud Kruse, a 41-year-old fisherman who has trawled Greenland's waters since the age of 19.
The glacier is one of the most active in the world, with icebergs breaking off into thousands of pieces into the fjord, "making it hard for us to navigate and lay out our lines," he says.
"I think our leaders understand that we need cheap fuel otherwise there would be no more fishing and this has been the islanders' way of life since the beginning of time," he says.
"When we get paid 6.25 kroner (90 euro cents) a kilo (2.2 pounds) for halibut, the slightest increase in diesel prices hits us full-on."

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