(como agradecer???)
Sabem que mais? Isto é tudo muito frágil, é tudo muito passageiro, muito fugaz, num momento está-se bem e no seguinte já não somos donos de nada, pegam no teu corpo, cortam-te de alto a baixo, tiram-te uma veia inteira da perna, viram e reviram o teu coração e, quando dás por ti, estás grog com montes de gente à tua volta a medir, a tirar, a colocar, a ajeitar e verificas que tens uma mangueira espetada pela goela abaixo, mais um monte de tomadas (como as triplas para a electricidade) ligadas a veias, e mais outra ligada ao pescoço e outra de que gostei muito, assim a meio do tronco, em contacto com o coração, uma espécie de chave para ligar a um pace-maker em caso de necessidade.
Mas o pior, por ser o mais desconfortável, é o enorme dreno que te espetam na barriga e vai dar a um garrafão de recolha do sangue perdido.
Tranquilizante mesmo é ver sempre alguém sentado a uma secretária nos pés da tua cama que anota tudo, mas mesmo tudo o que se passa contigo: pressão arterial, batida cardíaca, nível respiratório, débito do soro, débito do oxigénio, as vezes que pediste água, o que comeste, enfim, tudo, tudo, tudo.
Chato mesmo é a tosse que parece te vai fazer rebentar os grampos das costelas.
No meio de tanto tubo e de alguma confusão na tua cabeça é reconfortante saber que estás a ser acompanhado segundo a segundo. Ficas com a sensação de que nada de mal te pode acontecer.
Depois, passas para o quarto e, se tudo está a correr bem, vão-te retirando coisas como o tal desconfortável dreno. E, ao fim de sete dias e alguns exames de controlo, mandam-te para casa. E dás-te conta de que deixaste a tranquila segurança do hospital em troca do conforto da tua casa. Um dos meus médicos, quando decidiu dar-me alta disse uma coisa gira: vou mandá-lo embora daqui que isto de hospitais é para doentes.
Pois, pois!!!!
hs
Sabem que mais? Isto é tudo muito frágil, é tudo muito passageiro, muito fugaz, num momento está-se bem e no seguinte já não somos donos de nada, pegam no teu corpo, cortam-te de alto a baixo, tiram-te uma veia inteira da perna, viram e reviram o teu coração e, quando dás por ti, estás grog com montes de gente à tua volta a medir, a tirar, a colocar, a ajeitar e verificas que tens uma mangueira espetada pela goela abaixo, mais um monte de tomadas (como as triplas para a electricidade) ligadas a veias, e mais outra ligada ao pescoço e outra de que gostei muito, assim a meio do tronco, em contacto com o coração, uma espécie de chave para ligar a um pace-maker em caso de necessidade.
Mas o pior, por ser o mais desconfortável, é o enorme dreno que te espetam na barriga e vai dar a um garrafão de recolha do sangue perdido.
Tranquilizante mesmo é ver sempre alguém sentado a uma secretária nos pés da tua cama que anota tudo, mas mesmo tudo o que se passa contigo: pressão arterial, batida cardíaca, nível respiratório, débito do soro, débito do oxigénio, as vezes que pediste água, o que comeste, enfim, tudo, tudo, tudo.
Chato mesmo é a tosse que parece te vai fazer rebentar os grampos das costelas.
No meio de tanto tubo e de alguma confusão na tua cabeça é reconfortante saber que estás a ser acompanhado segundo a segundo. Ficas com a sensação de que nada de mal te pode acontecer.
Depois, passas para o quarto e, se tudo está a correr bem, vão-te retirando coisas como o tal desconfortável dreno. E, ao fim de sete dias e alguns exames de controlo, mandam-te para casa. E dás-te conta de que deixaste a tranquila segurança do hospital em troca do conforto da tua casa. Um dos meus médicos, quando decidiu dar-me alta disse uma coisa gira: vou mandá-lo embora daqui que isto de hospitais é para doentes.
Pois, pois!!!!
hs
10 comentários:
Caro Helder...
O importante mesmo é sentir que nas palavras finais do médico que te deu alta, foi transmitida a sensação de que, efectivamente, o hospital é para doentes, e que tu, tendo tido a necessidade de recorrer àquele espaço, conseguiste ultrapassar mais um obstáculo e estás de volta ao nosso convívio com um "motor renovado", naturalmente ainda "em rodagem" para adaptação às condições do piso das estradas da vida, mas com condições para fazeres muitos quilómetros ao nosso lado, e ao lado dos que te são queridos. Boa recuperação amigo!
Jorge Reis
... como diria o "alant'jano":
"como engrandecer?"
Desejo as suas melhoras e que tudo lhe corra bem... Um abraço de uma sanzaleira!
... e agora quen já rectificaste a cambota, meteste segmentos, novos injectores, bombas novas de óleo e de água, e trocaste todos os sensores que andavam um tanto sujos, estás pronto para começar de novo!
É como se estivesses outra vez no zero quilómetros...
Boa corrida!!!
"Para as primeiras impressões ( 1ª volta) o carro deu bom sinal parece estar tudo nos "conformes", não se notou qualquer falha, sinal que os mecânicos perceberam a avaria.Só espero que continue assim até ao final da corrida"
Desculpe Helder, mas como gosto de automoveis senti necessidade de usar esta linguagem desse mundo fantástico.
Aguardo a próxima volta.
Kandandus
A.A.
Por coincidência dei pelo seu belo blogue apenas nesta ocasião. Espero que os momentos de convalescença enriqueçam e confirmem a sua beleza.
Boa recuperação!
Bom dia! Vejo que esta "corrida" 'tá ganha! Ora nem mais, esse médico é cá dos meus -- bem humorado. Também tenho um desses: visito-o só de ano a ano para um check-up. A 1ª vez, quando eu lhe disse que não "punha os pés nos médicos" disse-me: << Faz muito bem! Longe desses gajos é que se está bem...>>
Então, vamos lá continuar com a "corrida" em curso, 'tá?!
Bom fim-de-semana
Kandandus
hoy te hablaré no con mis palabras,sino con las de una letrista de tangos argentina.Este ramito de palabras de su canción que te envío reflejan mis deseos.
"...a pesar de todo me trae cada día
la loca esperanza, la absurda alegría,
a pesar de todo,de todas las cosas
me brota la vida,me crecen las rosas.
................................
A pesar de todo,la vida que es dura
también es milagro,también aventura
A pesar de todo irás adelante.
La fe en el camino será tu constante."
Eladia Blázquez(autora arg.)
recibe estas palabras como mías.marita (Argentina)
Caro amigo
É com a maior satisfação que tenho verificado de viva voz que a tua recuperação vai no bom caminho. Saúdo o teu regresso "à pista" com a mesma garra com que sempre te entregaste. Vê-se que já estás a dar umas "curvas" com todo o cuidado que o piso requer, independentemente do tipo de pneus que estás a usar.
Sei que os mecânicos eram do melhor o que dá maior confiança e melhor qualidade de condução.
Bjs à Milena e um abraço de grande apreço e consideração.
Francisco Teixeira Homem (timan)
Helder, a descrição do teu pos-operatório está mesmo à tua maneira. Mudaram-te a canalização mas os neurónios ficaram intactos. Um abraço apertado (mas com cuidado).
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