Tive sempre um fascínio pelos grandes artistas, fossem eles de qual arte, pintores, bailarinos, escultores. Foi esse fascínio que me levou, em jovem, a procurar Maurice Béjart e o “Ballet du XX ème siècle”, com quem trabalhei no Bolero de Ravel, no Théatre de La Monnaie em Bruxelas, e em várias outras obras do grande de mestre do bailado. Foi esse fascínio que me levou a frequentar tertúlias onde eu bebia cada gesto, cada palavra, cada som, cada imagem e me emocionava em cada momento. E sempre me interroguei porque razão não fui dotado desses dons. Tudo bem, cada um é para o que é, diria alguém mais expedito que eu. Por exemplo: a escrita tem sido para mim um mar de descobertas, eu que sou jornalista há tantos anos que já quase me envergonho de dizer quantos. Eu que tanto já escrevi e nunca plagiei! Até descobrir Luís Fernando, o escritor angolano de quem bebo a riqueza da língua portuguesa.
Tive sempre tendência para conviver com gente das artes. São pessoas diferentes, não tenho outra qualificação para elas. Mas não sei bem dizer em que é que são diferentes e correria grave risco de estupidez em defini-las.
Talvez porque essas pessoas me transportam a mundos mais bonitos que o da minha profissão? Talvez porque…têm um discurso diferente do habitual?
Tive o privilégio de conviver com a figura excepcional de Cruzeiro Seixas. Cruzei a minha vida com Maurice Béjart, Patrick Belda, Duska Sifnios, Laura Proença, Tania Bari, Vittorio Biaggi, Germinal Casado, Paolo Bortuluzzi, bailarinos de Béjart.
Conheci e convivi com o pintor Vitor Belém e os escultores Mário Seixas e Aida Sousa Dias. Mais recentemente, conheci Etona, o pintor angolano que enfeitiça pelas suas obras.
Há dias cruzei o meu caminho com Higueras, José Higueras e sua mulher Higorca, catalã, poetisa, mulher de arte. E fico sem ar. Ao buscar jornalisticamente mais dados sobre as pessoas, encontro-me com seres superiores cujos nomes pouco mais são do que referências pouco mais servem do que para orientar. Falar com essas pessoas, ter o privilégio de as ombrear, a liberdade de trocar ideias com elas, é algo bem mais acima do trivial.
É entrar noutro mundo.
1 comentário:
Gracias amigo por tan bellas letras, dices que no estabas dotado para ser artista? Alguien te toco finamente para escribir tan maravillosamente, para abrir tu alma, tus sentimientos a través de un lápiz, un papel, un cuaderno y un micrófono, dejar tu imagen plasmada en una pantalla y sobre todo te toco de una bondad inmensa.
¿Te parece poco ser un maestro de todo eso? Bien dices, cada uno nacemos para una cosa, estamos destinados para ello, sin más, sin casualidades, sin un ¿por qué? Somos aquello que nos envuelve, como la mariposa sorbe el néctar de las flores.
Tengo que darte las gracias en nombre de esa persona que tengo a mi lado, y yo, repito de nuevo, gracias maestro por todo lo que a través de tus magníficas letras nos enseñas cada día.
Un abrazo
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