Como noutras situações, este país pequenino adora chafurdar no supérfluo e encher as colunas dos jornais com o acessório. Andamos nisto das habilitações académicas do primeiro-ministro há umas semanas, Sócrates foi à televisão e saiu de lá aprovado, sondagens posteriores dão-lhe a maioria se houvesse eleições. O país real, aquele que não lê o Público e se está marimbando para o seu omnipresente director em tudo quanto é órgão de comunicação social, quer é que a crise passe depressa e a batata não baixe muito de preço na venda.
Esta novela do famigerado diploma até parece ser alimentada por uma central que vai distribuindo todos os dias mais um dado. Agora já vai no código postal indicado num documento à data em que, segundo a notícia, o código postal de 7 dígitos ainda não estava um funcionamento. O que aparecerá amanhã e a quem será dada a notícia? Ao Público, à Renascença, à Sic, à TVI, a um blog?
É que, fenómeno interessante, uma das fraquezas apontadas pelos estudiosos do jornalismo português era a falta de jornalismo de investigação. Engraçado! Num repente e dentro de um só tema, surgiram dezenas de jornalistas de investigação, todos bem sucedidos, com informações frescas sobre o diploma do sr. Sócrates. Os estudiosos que revejam rápido as suas conclusões e creditem o jornalismo português como um dos mais profícuos no campo da investigação.
Dando de barato o facto de as pessoas estarem-se nas tintas para o título académico do primeiro-ministro, ele até pode, afinal, ser mestre-de-obras ou ajudante de pedreiro formado na auto-estrada do norte na faculdade internacional dos emigrantes do leste, me parece doentia esta teimosia em nos intoxicar diariamente com “novos” dados sobre o caso. De tanto chafurdarem, de tanto quererem deitar abaixo, arriscam-se a fazer o país entrar na total indiferença, mesmo que alguém provasse ter havido algum tratamento de excepção para com o aluno José Sócrates. Porque, habituados à cunha e ao “dê lá um jeito”, os portugas do país real não acham estranhas as patranhas curriculares de quem quer que seja. Entretido com o prato do dia puxado à primeira página, o país quase esqueceu marcar as férias para o Brasil e nem pestanejou com o ordenado do Ronaldo.
Esta novela do famigerado diploma até parece ser alimentada por uma central que vai distribuindo todos os dias mais um dado. Agora já vai no código postal indicado num documento à data em que, segundo a notícia, o código postal de 7 dígitos ainda não estava um funcionamento. O que aparecerá amanhã e a quem será dada a notícia? Ao Público, à Renascença, à Sic, à TVI, a um blog?
É que, fenómeno interessante, uma das fraquezas apontadas pelos estudiosos do jornalismo português era a falta de jornalismo de investigação. Engraçado! Num repente e dentro de um só tema, surgiram dezenas de jornalistas de investigação, todos bem sucedidos, com informações frescas sobre o diploma do sr. Sócrates. Os estudiosos que revejam rápido as suas conclusões e creditem o jornalismo português como um dos mais profícuos no campo da investigação.
Dando de barato o facto de as pessoas estarem-se nas tintas para o título académico do primeiro-ministro, ele até pode, afinal, ser mestre-de-obras ou ajudante de pedreiro formado na auto-estrada do norte na faculdade internacional dos emigrantes do leste, me parece doentia esta teimosia em nos intoxicar diariamente com “novos” dados sobre o caso. De tanto chafurdarem, de tanto quererem deitar abaixo, arriscam-se a fazer o país entrar na total indiferença, mesmo que alguém provasse ter havido algum tratamento de excepção para com o aluno José Sócrates. Porque, habituados à cunha e ao “dê lá um jeito”, os portugas do país real não acham estranhas as patranhas curriculares de quem quer que seja. Entretido com o prato do dia puxado à primeira página, o país quase esqueceu marcar as férias para o Brasil e nem pestanejou com o ordenado do Ronaldo.
hs
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