sábado, 25 de junho de 2011

Maçaricos


Passos Coelho não pagou bilhete de ida e volta a Bruxelas
Segundo o “Jornal de Negócios”, a TAP dispensa os ministros e secretários de Estado de qualquer despesa em deslocações oficiais.      
Afinal, pode não ter havido qualquer poupança pelo facto de Pedro Passos Coelho ter decidido viajar para Bruxelas em classe económica. O “Jornal de Negócios” diz que o primeiro-ministro não pagou o bilhete da viagem de ida e volta a Bruxelas, num voo da TAP, para participar no seu primeiro Conselho Europeu.
Segundo o jornal, a companhia aérea portuguesa dispensa os ministros e secretários de Estado de qualquer despesa em deslocações oficiais.
O jornal escreve ainda que isto se passou com todos os membros do anterior Governo.

Segundo o “Jornal de Negócios”, a TAP dispensa os ministros e secretários de Estado de qualquer despesa em deslocações oficiais.                    
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Já passei a fase da crítica a quente, hoje olho para o mundo com alguma distância, prefiro olhar a floresta para além da árvore, daí que pouco me impressionei com a notícia, repetida à exaustão , segundo a qual o novo Primeiro-Ministro decidira viajar sempre em Económica, nas suas deslocações oficiais à Europa.
A exaustiva repetição da informação em tudo quanto era roda-pés, títulos, etc., etc., da nossa chamada Comunicação Social, mais parecia uma operação de propaganda orquesterada em que, admito, o próprio Governo não teria responsabilidade directa de autoria, por, simplesmente não precisar. A própria Comunicação Social, entusiasmada com o "exemplo" de poupança vinda do nóvel Governo, esqueceu o cerne da questão da viagem, ou seja, o que é que o Primeiro-Ministro foi fazer a Bruxelas
. Recordo alguns títulos:" Primeiro-Ministro estreia-se em Bruxelas", "Passos Coelho em Bruxelas", "Passos Coelho viajou em Económica para Bruxelas", bla, bla, bla. A notícia, afinal, era o nosso Primeiro, um, ter viajado em Económica, dois, ter -se estreado em Bruxelas, tipo
vedeta de algum musical.
O destaque dado à viagem em económica que nos encheu olhos e ouvidos durante uns dias na nossa C.S., não mereceu a mais pequena observação lá em Bruxelas, nem mesmo a eventual boa "prestação" de Passos Coelho mereceu alguma parangona na imprensa. Me pareceu que o nosso Primeiro-Ministro foi olhado em Bruxelas com alguma prudência, não pela sua pessoa mas sim pelo país devedor que ele representa, olhado com alguma reserva pelos falcões europeus que nos querem levar o couro e o cabelo.
Como diz Medina Carreira, "essa gente não é digna de confiança", essa Merkel, esse Sarkozy, esses senhores do BCE, essa gente que olha para os países através dum monitor de computador cheio de números, longe do dia-a-dia da economia real. Pois, foi para o meio "dessa gente" que Passos Coeho teve que ir dizer que somos bons rapazes, que somos bons alunos, que respiramos Europa por todos os poros, que nos vamos portar bem e vamos pagar tudo e que ... não somos gregos. A verdade, verdadinha, é que, não sendo gregos, "nos vemos gregos" com a situação actual do país.
Voltando à Económica. Houve jornais que fizeram a conta à poupança, afinal virtual, que Pasos Coelho teria feito ao comprar (não ele mas os serviços do Estado), um bilhete de Económica para ele e para cada um dos seus acompanhantes. Parece que não dava nem para pagar um milésimo do que temos de pagar por dia "a essa gente".
Então, lá "nos serviços" de apoio ou lá o que é, não havia ninguém que, transitado do Governo anterior, não sabia que a TAP oferecia as passagens aos membros do Governo em viagens oficiais?
Claro que havia. Então, quem vazou a informação cá para fora segundo a qual o nosso governante viajou em Económica, como um exemplo simbólico - não mais que isso - de preocupação em cortar despesas, não pensou na situação ridícula em que colocou o Primeiro-Ministro, a de ele dar um exemplo à partida bom, mas no final, bacoco porque os governantes viajam de borla na TAP. Se viakam de borla, suponho que, "já agora", viajam na Executiva, uma vez que não há despesa para o Estado.
Tudo não passou de uma atitude algo quixotesca e de uma tentaiva de exemplo pífio. Coisas de maçaricos, de principiantes que serviram não mais do que alimentar a nossa Comunicação Social, sempre tão sequiosa de "faits divers", uma pequena árvore à frente da grande floresta.
Helder de Sousa


1 comentário:

kambuta disse...

Helder sempre atento. Aproveito para e desejar um dia muito bom para celbrares a tua chegada a este fantástico planeta qu icou mais rico com a tua presença. Abraos apertados.

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