Seguir o país através dos noticiários da RTP África ou da Sic Notícias torna-se um exercício letal para a inteligência. O mínimo que pode acontecer é…adormecer. A questão é simples: não se vê, não se ouve, nada de interessante, como se a inteligência da nomenclatura nacional tivesse sofrido de súbito trombo com graves consequências sobre a expressão das ideias.
À distância, seguir o país pela televisão assegura uma dolorosa caminhada no reino do não ser.
Diz-se, nesta época, que se está na “silly season”, uma expressão usada pelos ingleses para dizerem que no Verão, não acontecendo nada de relevante, os jornais “inventam” histórias “tontas” para “venderem papel”. “Silly Season” desculpa tudo, define tudo, perdoa tudo, afirma tudo. Talvez por isso os políticos se aproveitem do clima propício à tonteira para dispararem os seus lugares comuns mais vazios e mais pobres de sentido. Eles julgam que estão a ser religiosamente ouvidos e acreditam até que estão a ser compreendidos. Não sabem, porque a prosápia é cega, que as pessoas estão-se perfeitamente marimbando para o que eles dizem. Mas ficam inchados de auto-confiança quando, cinco minutos depois de terem concluído as suas indiscutíveis verdades, as televisões, vazias de veraneantes conteúdos, convocam os seus comentadores residentes para análises mais profundas do que descer à abissal fossa das Marianas.
À mingua de acontecimentos relevantes com dimensão mundial, já que o país, de tão pequenas mentes, nem é capaz de gerar algo que dê que falar pelo mundo, as televisões agarram-se como lapas a acontecimentos fabricados pelos partidos, já que o Pontal se esvaziou dos calores do antigamente onde poeira e febras justificavam umas horas a fazer de conta.
Durante dois dias inteiros, a SIC Notícias repetiu à exaustão uma conversa doutoral do dr. Marques Mendes com análises de análises e comentários de comentários. Um festival de coisa nenhuma para fabricar um acontecimento que só o foi porque não há arribas a desabar todos os dias.
Tenho para mim que ninguém se lembra do que é que o senhor disse, se é que disse. Assim como aposto que ninguém se lembra do que disse – se é que disse – aquele outro senhor mais gordinho numa chamada Universidade de Verão do PSD. Alegremo-nos. A rentrée, que é a forma fina de dizer que “eles” acabaram as férias, propicia momentos elevados de “silly moments” o que não fica mal quando não há mais nada para dizer que repetir o que já foi dito.
Não fossem os profundos oráculos saídos da pitonisa de Belém para provocar as necessárias interpretações, estendidas durante dias como massa de fazer rissóis, o país entraria, inevitavelmente em irreparável estado de coma.
Preocupa-me muito – faz parte das minhas insónias aliás – que até o próprio BE já “perdeu o gás” do esgotado Louçã que, para não perder tudo nas pantalhas televisivas, fez avançar a Drago.
A Drago tem o dom de dizer coisas que também ninguém percebe – como convém aos fazedores de política – mas de uma forma bonita. Por mim falo: não me lembro de nada de relevante que ela tenha dito mas vale a pena olhar para ela.
Outro tanto não poderei dizer daquela senhora a quem devem ter feito operações de descontracção dos músculos faciais para agora poder mostrar uma espécie de sorriso. Parece que disse coisas importantes, a avaliar pela repetição das análises e comentários ao programa que parece ter apresentado para convencer que a governação dela vai ser melhor do que a dos outros.
Pelo menos, esta, não foi ao Pontal. Escapou à influência de um dos maiores centros de fabrico de “silly seasons”. Mas não escapou à mastigação exaustiva dos analistas.
À distância, seguir o país pela televisão assegura uma dolorosa caminhada no reino do não ser.
Diz-se, nesta época, que se está na “silly season”, uma expressão usada pelos ingleses para dizerem que no Verão, não acontecendo nada de relevante, os jornais “inventam” histórias “tontas” para “venderem papel”. “Silly Season” desculpa tudo, define tudo, perdoa tudo, afirma tudo. Talvez por isso os políticos se aproveitem do clima propício à tonteira para dispararem os seus lugares comuns mais vazios e mais pobres de sentido. Eles julgam que estão a ser religiosamente ouvidos e acreditam até que estão a ser compreendidos. Não sabem, porque a prosápia é cega, que as pessoas estão-se perfeitamente marimbando para o que eles dizem. Mas ficam inchados de auto-confiança quando, cinco minutos depois de terem concluído as suas indiscutíveis verdades, as televisões, vazias de veraneantes conteúdos, convocam os seus comentadores residentes para análises mais profundas do que descer à abissal fossa das Marianas.
À mingua de acontecimentos relevantes com dimensão mundial, já que o país, de tão pequenas mentes, nem é capaz de gerar algo que dê que falar pelo mundo, as televisões agarram-se como lapas a acontecimentos fabricados pelos partidos, já que o Pontal se esvaziou dos calores do antigamente onde poeira e febras justificavam umas horas a fazer de conta.
Durante dois dias inteiros, a SIC Notícias repetiu à exaustão uma conversa doutoral do dr. Marques Mendes com análises de análises e comentários de comentários. Um festival de coisa nenhuma para fabricar um acontecimento que só o foi porque não há arribas a desabar todos os dias.
Tenho para mim que ninguém se lembra do que é que o senhor disse, se é que disse. Assim como aposto que ninguém se lembra do que disse – se é que disse – aquele outro senhor mais gordinho numa chamada Universidade de Verão do PSD. Alegremo-nos. A rentrée, que é a forma fina de dizer que “eles” acabaram as férias, propicia momentos elevados de “silly moments” o que não fica mal quando não há mais nada para dizer que repetir o que já foi dito.
Não fossem os profundos oráculos saídos da pitonisa de Belém para provocar as necessárias interpretações, estendidas durante dias como massa de fazer rissóis, o país entraria, inevitavelmente em irreparável estado de coma.
Preocupa-me muito – faz parte das minhas insónias aliás – que até o próprio BE já “perdeu o gás” do esgotado Louçã que, para não perder tudo nas pantalhas televisivas, fez avançar a Drago.
A Drago tem o dom de dizer coisas que também ninguém percebe – como convém aos fazedores de política – mas de uma forma bonita. Por mim falo: não me lembro de nada de relevante que ela tenha dito mas vale a pena olhar para ela.
Outro tanto não poderei dizer daquela senhora a quem devem ter feito operações de descontracção dos músculos faciais para agora poder mostrar uma espécie de sorriso. Parece que disse coisas importantes, a avaliar pela repetição das análises e comentários ao programa que parece ter apresentado para convencer que a governação dela vai ser melhor do que a dos outros.
Pelo menos, esta, não foi ao Pontal. Escapou à influência de um dos maiores centros de fabrico de “silly seasons”. Mas não escapou à mastigação exaustiva dos analistas.
Ver o país à distância, através das televisões nacionais, tornou-se um exercício de autoflagelação tal a frequência com temos de beliscar a pele para nos certificarmos se estamos realmente acordados.
2 comentários:
POis, para não sofrer do mesmo, só vejo a Drago no "Deus croiu a mulher" e as notícias, escolho-as online. Até as de "O Pa´s"!
1 abraço.
Creo entender querido amigo que los de Inglaterra dicen que no ha sucedido nada relevante en el resto de paises. Pues yo les digo que miren las noticias de Spain, solamente se habla de gripe A, de incendios y de insultos de los politicos, un partido con otro. ¿Eso no son noticias? Me gusta tu blog, aprendo mucho de él sobre todo el idioma del país hermano Portugal, obrigada. Higirca
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