segunda-feira, 28 de abril de 2008
Reticências apenas !...
sábado, 26 de abril de 2008
Liberdade
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Dia do Livro
sábado, 19 de abril de 2008
O real e a fantasia
De manhã, no Café da Teresa, há mais mulheres do que homens, o que não deixa de ser peculiar. Todas vão lá tomar o pequeno-almoço. Galões, torradas, bolos, croissants, num festival de açucar escondido nos travesseiros, bolas de Berlim, pãezinhos de Deus e sei lá que mais delícias da pastelaria portuguesa. Não admira que as mulheres da manhã no Café da Teresa sejam roliças, obesas até. Entre conversas de mesa para mesa - elas conhecem-se umas à outras - irmanadas numa comunidade assente no café da manhã, as mulheres da minha aldeia, aquelas que não tomam o pequeno almoço em casa, discutem coisas impportantes da nossa sociedade. A nova namorada do Cristiano Ronaldo tem sido tema recorrente. Et pour cause. As revistas espalhadas pelas mesas são incitações subliminares à discussão do tema.
Nunca as ouvi falar do Governo, do Presidente da República nem mesmo do Presidente da Junta de Freguesia. Não devem fazer parte das suas preocupações. Nem falam da chuva e do bom tempo o que não deixa de ser notório numa região que vive à base da agricultura. Isso é conversa de homens.
Tomo o meu café, mentalmente calculo o custo das 4 vianinhas - 15 cêntimos cada uma dá 60 cêntimos pelas quatro - mais 50 cêntimos pela bica, ao todo 1.10.
Com ar compungido a moça dá-me a triste notícia. O pão aumentou, agora são 18 cêntimos cada.
Ah aumentou? Então levo três.
Café 50 cêntimos mais 3 X 18=54. Total a pagar 1.04.
Ainda dizem que vida está cara. Poupei 06 cêntimos.
Das mesas femininas chegam-me sons dispersos onde consigo distinguir algo como "mas ela não estava grávida"?
Acho que nunca saberei de quem estavam a falar.
Mas devia ser o assunto mais importante do dia.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
A núvem
quarta-feira, 16 de abril de 2008
LA DIVINA LOCURA
Así son la realidad y la ilusión. ¿Existe la realidad?. Existe.
¿ Pero , todo es realidad?.
¿Existe la ilusión?. Existe.
¿Pero, todo es ilusión? ¿Se puede vivir sólo de ilusión o de realidad?.
Los inflexibles, aquellos que no se inclinan ni para saludar, dirán: La realidad es lo que vale. Dejemos los sueños a los tontos.
¿Podría el mundo avanzar si no existiera la ilusión sobre la vida?.
La ilusión es la ventana por la que el hombre sale de cualquier cárcel.
¿Por qué estoy hoy deambulando por los caminos inasibles unos, bien trazados los otros, de la ilusión y la realidad?.Porque termino de leer un poema de Fernando Birri que me ha impactado.
DON QUIJOTE Y LA MUERTE
(devaneos del flaco hidalgo mientras se está muriendo)
Estoy muriendo,
lo sé
porque entreabro mis ojos
y veo frente a mí la realidad.
Esa enemiga.
esa perra flaca
y gruñidora.
Buenos amigos me fueron
los sueños.
Y el más fiel,
el delirio.
Sancho, Sancho,
en cualquier lugar que tú te encuentres
ahora
no llores esta hora.
Tú ganaste.
Y cuando tú me decías
"son molinos"
yo lo sabía muy bien,
pero quería mostrarte
-no demostrarte
-mostrarte -
a ti que eras redondo
como el mundo,
a ti que eras el mundo,
el valor de la metáfora.
Molinos o gigantes
brazos o aspas,
qué diferencia pasa
entre el fulgor de mis ojos
que se extingue
y aquella otra estrella
Dulcinea,
muerta ha millones de años
que aún me sigue guiando ?
Sancho, Sancho,
tú eres la verdad.
Yo soy la mentira.
Pero cómo
quién
dónde
se explica
que con mi muerte
se te va la vida.
(fernando Birri-argentino ) Berlín-otoño del 96
Un poema que no exige explicación.Su mensaje es claro como "la realidad".La realidad es cruel,para enfrentarla necesitamos la ilusión. El Quijote muere cuando recobra la razón. La realidad, lo mata.
Beber un poco en la copa de la ilusión y la divina locura, es saludable.-
marita faini adonnino-Argentina
terça-feira, 15 de abril de 2008
O grande equívoco
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Fogo que arde
Lá se vai arrastando aquela inutilidade olímpica que perdeu todo o significado e toda a glória. E, se por motivos publicitários, ainda merecesse algum respeito, o drama está em que nem por aí a chama, mais o facho, mais os patetas que a levam e a escoltam chegam ao patamar da dignidade.
Aquela parvoeira atingiu os cumes himalaicos do nonsense e só serve para meia dúzia de desocupados do mundo pegarem nuns quantos dizeres politicamente correctos e irem para a frente das câmaras de televisão. Achei uma graça contida ver aquele indivíduo já quarentão a ser levado por dois distintos cops ingleses e a declarar com o ar mais convencido do mundo que “é preciso libertar o Tibet”. Já agora - odeio esta lusitana manifestação de oportunismo mas, pronto, saiu - porque não aproveitar a presença das câmaras de televisão atracadas à porcaria da tocha (olímpica?) para reivindicar a libertação de outras zonas do planeta?. Como “aquilo” vai demorar uns tempos até chegar à China, os manifestantes profissionais poderiam fazer um contrato mais alargado e promoverem, à frente das câmaras de televisão à espera de mais umas detenções em directo, a libertação de outras regiões tipo Madeira daquele bronco do Jardim, ou do Algarve daquele pateta do Bota. Seria giro, sempre traria alguns dividendos e a televisão estaria por lá, obviamente.
Compreendo que a coisa tem a ver com a China e com os multimilionários jogos olímpicos em que participar não é o mais importante, me desculpe o senhor de Coubertin. Compreendo que se está a aproveitar a visibilidade dos Jogos para denunciar o desrespeito pelos direitos humanos na China. Compreendo que dá um jeitão aos guardiões dos bons costumes “ocidentais” a China fabricar tudo o que se compra no Ocidente a preços da chuva mas com uma lagrimazinha fugidia no olho para apaziguar a consciência desconfortável de se saber que grande percentagem das pechinchas foi feita por crianças mais ou menos escravizadas.
É um pouco como ostentar Armanis, Timberlands e outros Louis Vuiton e Chanel da Feira de Carcavelos e comentar que os ciganos são uns aldrabões. Please !!! Por favor, respeitem a inteligência alheia.
A política, que devia ser uma actividade digna e honesta tornou-se num meio de atingir fins pouco claros. E muito graças à televisão. O Tibet está a aproveitar esta excelente oportunidade para mostrar ao mundo que tem direito à independência. A China está a aproveitar esta oportunidade para dar uma iagem de modernidade e de “ocidentalismo”. Quando os jogos acabarem, voltará tudo ao mesmo lugar, a China continuará a controlar o Tibet e aquele simpático e inútil monge viajante de óculos pendurados num sorriso eterno, continuará a correr o mundo em busca já não se sabe bem de quê. Talvez angarie mas uns fiéis para o budismo mas não passará disso.
A televisão é que faz acontecer as coisas e já não são os acontecimentos que provocam a televisão. O aproveitamento mediático da passagem do facho – olímpico? – pelo mundo reduziu a zero a mística do significado histórico e multiplicou por mil o valor comercial daquele fogo fátuo. Tornou-se ridículo e sem valor esta progressão da chama que deixa um rasto de manifestações por esse mundo. As ameaças de boicote de algumas valquírias do politicamente correcto só contribuem para agudizar a curiosidade sobre a China. O Comité Olímpico, sempre atento na recolha de mais uns milhões de dólares para os seus dirigentes, não deixará de promover tudo o que for necessário para encher os estádios e os hotéis. E, as televisões, estarão lá todas não só para vender tempos de antena mas também na esperança de que aconteça alguma coisa que perturbe o bom desenrolar dos ditos jogos.
São Jogos de plástico, sem alma, sem crença. Como o foram os de 1936, quando o Hitler se serviu deles para mostrar o seu poderio ao mundo apesar dos boicotes por causa da perseguição que já fazia aos judeus.
Os Jogos Olímpicos modernos não são mais do que os jogos da hipocrisia e do faz de conta, só se salvam os atletas, aqueles que não se drogam por uma medalha.
E, a chama, símbolo já não se sabe de quê, lá estará olimpicamente acesa, fortemente guardada e protegida, para ser apagada em cerimónia de adeus lacrimoso.
domingo, 6 de abril de 2008
Quanto dói?
Uma dor residente desde o primeiro minuto, que vai crescendo e refinando e fica pairando no espírito como que a tomar conta para que ela não saia, para que fique e se prolongue como se, assim sendo, tomasse por fenomenal transmissão a dor alheia, retirando-lhe força na vã esperança de que o sofrimento alheio se torne mais suportável. Duvido que haja dor realmente suportável mas, se calhar, há uma hierarquia da dor que desconheço. E, aí, fico com a eterna questão a respeito do grau - é dor de grau quantos aquela que me assola agora? E a dor de quem retiro esta minha dor, é de que grau?
Quanto dói perder um filho em acidente brutal, na mesma altura em que se vai acentuar a recordação de um ano de perda da mulher companheira de uma vida?