Felizmente há excepções, gente que rema teimosamente contra a maré do deixa andar e não perde tempo com as tricas do futebol, com os casos da Elsa Raposo ou com as previsões da Maya.
Somos uns tesos, mas temos um umbigo maior que o mundo e gasta-se à tripa forra. O que resta da Fundação, enterrada com entulho
Aqui há uns 8/10 anos atrás, nasceu um projecto que tinha tudo para ser lindo. Em Chelas, mais do lado de Marvila (Lisboa), num terreno adjunto à Quinta dos Alfinetes, arrancava a construção de uma infra-estrutura espectacular, desenhada pelo nada mais nada menos famoso arquitecto brasileiro Óscar Niemeyer. Era a sede da Fundação Portugal/Brasil. Uma coisa de luxo, moderníssima como só podia ser, criada por quem sabe. Construía-se a Fundação e, em troca, recuperava-se a Quinta dos Alfinetes.
Quinta dos Alfinetes
Até que as obras pararam, deixando à vista uma estrutura de betão armado, colunas de ferro apontadas para o céu e um espaço abandonado às aventuras de crianças distraídas onde uma encontraria a morte. Dizem que as obras foram suspensas por falta de pagamento aos empreiteiros. E ali ficou o nado-morto durante anos à espera de resolução que não chegou. Falou-se de aproveitar a obra para uma piscina municipal. Não aconteceu.
Recentemente, camiões e “caterpillers” entraram no recinto, vedado, despejando entulho. Toneladas e toneladas de entulho, para dentro do que estava construído e no espaço circundante, enchendo inesteticamente toda a área, ao mesmo tempo que a Quinta dos Alfinetes se vai degradando merecendo a designação de ruínas irrecuperáveis.
Depois de se terem gastos milhares a iniciar a construção, depois de anos de abandono, alguém decidiu enterrar tudo como que para esconder a vergonha.
Resumindo: nem Fundação, nem piscina, nem espaço social, nada, somente um vergonhoso amontoado de terra e entulho.
hs
1 comentário:
Este caso em concreto, reflete a incapacidade política de resolver as situações que cria. E aqui, é mais complicado, porque é um problema que envolve cooperação e apoios de 2 países, que já mudaram n vezes de "responsáveis".
O resultado, são milhões em dívidas a uma porção de entidades, rescisão de contratos por falta de pagamento, construção interrompida, processos intermináveis congelados nos tribunais, a eterna e intolerável política do QSF.
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